segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Tecidos

A ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DOS SERES A NÍVEL SUPRACELULAR – OS TECIDOS

Tecidos são grupamentos de células diferenciadas, harmonizadas, e, às vezes, intimamente integradas com substâncias intercelulares atuando na realização de uma determinada função.
Na maioria dos tecidos, podemos distinguir dois componentes fundamentais: as células e a substância intercelular ou intersticial. A substância intersticial compreende um sistema líquido, semi-sólido ou mesmo sólido formado pela associação de diversos compostos e que se dispõe no espaço existente entre as células, no tecido.
Os tecidos animais são catalogados em 03 grupos:
Tecidos sem substância intercelular (tecidos epiteliais);
Tecidos com abundante substância intercelular (tecidos conjuntivos: conectivo, adiposo, cartilagionoso, ósseo, sanguíneo e tecido hemopoético);
Tecidos com células transformadas em fibras (tecidos musculares: liso, estriado esquelético, estriado cardíaco e tecido nervoso).


TECIDOS EPITELIAIS:

Os tecidos epiteliais ou epitélios são tecidos formados por células cúbicas, achatadas, cilíndricas ou prismáticas, sempre bem justapostas, sem guardar espaços livres entre elas, mostrando ausência ou quase ausência de substância intersticial.
Distinguem-se 02 tipos de epitélio: epitélios de revestimento e epitélios glandulares. Aqueles têm a função de proteção, isolando os tecidos mais internos do corpo e evitando o contato dos mesmos com os agentes externos do meio ambiente. Já os epitélios glandulares são formados de células com alta capacidade de secreção das substâncias.
Encontramos epitélios de revestimento principalmente na pele e nas mucosas. Eles não possuem vasos sanguíneos na sua estrutura. Por isso, suas células recebem oxigênio, água e nutrientes por difusão, a partir do tecido conjuntivo que sempre lhe fica logo abaixo. Da mesma forma os produtos de excreção, como o CO2, a uréia e outros, são conduzidos por difusão aos vasos sanguíneos do tecido conjuntivo.
As principais funções dos epitélios de revestimento são a proteção (epiderme e camada epitelial das mucosas), absorção (como sucede com o epitélio da mucosa intestinal) e as trocas gasosas respiratórias (como ocorre ao nível dos alvéolos pulmonares).
Os epitélios glandulares formam as estruturas das glândulas, como sucede com as glândulas mamárias, salivares, lacrimais, sudoríparas, sebáceas etc.
Por suas funções, as glândulas se dividem em:
Exócrinas: Também chamadas de glândulas de secreção externa, eliminam o seu conteúdo através de um duto ou canal para o exterior. Compreendem as glândulas sudoríparas, sebáceas, lacrimais, salivares, mamárias e outras.





Endócrinas: Não possuem canal excretor. Por isso, suas secreções, chamadas hormônios, só conseguem ser eliminadas através do sangue que passam pelos vasos que a atravessam. São, por essa razão, também conhecidas como glândulas de secreção interna. Representam exemplos a hipófise, a tireóide e outras.


Mistas ou afícrinas: Desempenham ao mesmo tempo uma função endócrina e uma
função exócrina. É o caso do pâncreas, que produz a insulina (um hormônio), pela sua
função endócrina, e o suco pancreático, pela sua função exócrina.


TECIDOS CONJUNTIVOS

O termo conjuntivo designa aquele que faz conjunção, isto é, liga uma coisa a outra, que junta duas coisas entre si. De fato, a função essencial de todos os tecidos conjuntivos é “preencher espaços vazios e juntar estruturas antes separadas por esses espaços”.
Existem diversas variedades de tecidos conjuntivos, mas em todos os tipos há uma característica comum: a presença de abundante substância intersticial ou intercelular.
Os tecidos conjuntivos compreendem: tecido conectivo, tecido adiposo, tecido cartilaginoso, tecido ósseo e tecido sanguíneo e hemopoético.
TECIDO CONECTIVO: É o principal tecido conjuntivo e protótipo de todo o grupo. Também conhecido com tecido conjuntivo propriamente dito ou pela sigla TCPD, apresenta diversos tipos de célula e grande quantidade de substância intercelular. As suas células mais comum são:
a)Fibroblastos – células grandes, de contornos irregulares, com ramificações que lhe dão
aspecto estrelado.
b)Macrófagos – são grandes e se movimentam por meio de pseudópodos, fazendo a fagocitose de micróbrios e células degeneradas do organismo. Pelo seu aspecto lembram muito os leucócitos do sangue. Quando sem atividade, mostram-se ovóides e, nessa circunstância, são conhecidos como histiócitos.
c)Plasmócitos – produzem anticorpos e atuam decisivamente no mecanismo imunitário do organismo.
d)Mastócitos – são responsáveis pela produção de heparina, um anticoagulante que impede a coagulação espontânea do sangue dentro dos vasos, o que seria de extrema gravidade para o indivíduo.
A substância intersticial do TCPD é rica em glicoproteínas e em fibras colágenas e fibras reticulares (formadas por numerosas fibrilas paralelas de uma proteína de grande resistência e elasticidade chamada colágeno). Mas, além dessas, também se encontram as fibras elásticas, que são finas e não formadas de colágeno, mas sim de outra proteína, a elastina. A quantidade e a disposição desses três tipos de fibra é que define o tecido conjuntivo em tecido conjuntivo frouxo (abaixo da epiderme na pele), tecido conjuntivo denso modelado (tendão de Aquiles, no calcanhar) e tecido




conjuntivo denso não modelado (na cápsula envoltora do fígado). Todos os 03 tipos de fibra são produzidos pelos fibroblastos.
TECIDO ADIPOSO: É o tecido gorduroso que se localiza abaixo da pele e se mostra muito desenvolvido em algumas partes do corpo, notadamente no abdome. No gado suíno, ele é conhecido com “banha ou toucinho”. É, na realidade, um reservatório de lipídios, que atua protegendo o organismo contra as perdas de calorias (é como um “colchão” ou isolante térmico a envolver o corpo). Além disso, também dispõe dos seu lipídios para as reações metabólicas, oferecendo um constante abastecimento energético para as atividade celulares. Como variedade de tecido conjuntivo, também é dotado daquelas diversidades de células e fibras mencionadas no tecido anterior. Todavia, há uma nítida predominância de células adiposas, que são células grandes, globosas ou ovóides, contendo grande quantidade de gordura no seu interior a ponto de deslocar o citoplasma e o núcleo para a periferia da célula.
TECIDO CARTILAGINOSO: É uma variedade de tecido conjuntivo destinada à função plástica ou modeladora, pois, face à sua consistência semi-rígida mas um tanto elástica, pode dar forma a certas partes do corpo sem lhes emprestar a rigidez característica dos ossos. O pavilhão da orelha, o septo nasal, os anéis cartilaginosos da traquéia, os discos intervertebrais e os meniscos das articulações são todos eles constituídos de tecido cartilaginoso. A célula cartilaginosa é chamada condrócito. Os condrócitos costumam reunir-se em pequenos grupos de duas, três ou quatro células, formando verdadeiros “ninhos de condrócitos” envoltos por uma fina cápsula resultante da condensação do material amorfo que forma a substância intersticial do tecido. Essa substância intercelular é rica em glicoproteínas e em fibras colágenas. À semelhança do que vimos com relação aos epitélios de revestimento, também o tecido cartilaginoso não é vascularizado, isto é, não possui vasos sanguíneos no seu interior. Por isso, as trocas respiratórias e metabólicas são feitas por difusão a partir dos tecidos vizinhos. Durante o desenvolvimento embrionário e na infância, o tecido cartilaginoso comumente se apresenta como percursor do tecido ósseo, sendo gradativamente substituído por este último. Assim, o tecido cartilaginoso procede em muitos casos como um “molde” que orienta o desenvolvimento ósseo.
TECIDO ÓSSEO: Este é o tecido conjuntivo com maior rigidez e que se destina essencialmente às funções de sustentação do corpo e proteção do sistema nervoso central. Na sua configuração, o tecido ósseo revela um grande número de células vivas chamadas osteócitos, situadas no interior de pequenas e alongadas lacunas – os osteoplastos. Estes, se comunicam uns com os outros por meio de delgados canais, formando uma vasta rede de canalículos que vão se abrir em condutos bem mais largos denominados canais de Havers. É de se reparar a imensa massa de substância intersticial sólida do tecido ósseo, rica em sais de cálcio e magnésio, notadamente fosfatos e carbonatos, além de considerável quantidade de uma proteína chamada colágeno, que fica separando os osteoplastos. Mas nem por isso os osteócitos contidos





no interior dos osteoplastos ficam ilhados. Através da vasta rede de canalículos que intercomunicam com os osteoplastos, e estes com os canais de Havers, há o intercâmbio gasoso e metabólico, que supre as necessidades vitais dessas células. No interior dos canais de Havers, correm vasos sanguíneos (capilares) e um filete nervoso, este último, responsável pela sensibilidade do osso. O oxigênio, a água e os nutrientes celulares atravessam as paredes dos capilares e, por difusão, o CO2 e os catabólicos decorrentes da atividade de tais células são descarregados nos capilares e podem, então, ser descartados do tecido. Ao longo de um osso, os canais de Havers, que se dispõem sempre no sentido do maior eixo do mesmo, se intercomunicam por meio dos canais de Volkmann, situados obliquamente ou transversalmente, e em cujo interior também correm capilares. Apesar de sua grande consistência, o osso não é quebradiço graças à presença de considerável quantidade de colágeno na sua substância intercelular.

Queimando-se o osso (calcinação do osso), o colágeno se destói. E aí os sais de cálcio puros conferem ao osso uma consistência tão friável (quebradiça) quanto à de um bastão de giz. Por outro lado, se descalcificarmos um osso, submetendo-o à ação prolongada de ácidos, a sua substância intersticial ficará reduzida apenas ao colágeno. Aí, o osso tomará consistência elástica, tão maleável que quase se poderá envergá-lo a ponto de tocar uma extremidade à outra. A formação do tecido ósseo recebe o nome de osteogênese e se faz à custa de células embrionárias chamadas osteoblastos, que se dividem numerosamente e se intercomunicam por longas expansões dos seus citoplasmas. Mais tarde, surge a substância intersticial rígida que as separa. Com a retração das expansões citoplasmáticas daquelas células, aparecem os canalículos que comunicam os osteoplastos.
TECIDO SANGUÍNEO E HEMOPOÉTICO: Vamos fazer distinção entre sangue e tecido hemopoético. O primeiro é um tecido inconsistente, no qual as células se dispõem de forma extremamente mutável em meio à grande massa intersticial líquida. Por isso, tem sido muito comum dizer-se que o sangue é um tecido líquido. O tecido hemopoético, ao contrário, é um tecido consistente, como todos os demais, dotado de células de natureza embrionária ainda bem diferenciadas, que tem por fim a formação dos elementos constituintes do sangue.
O sangue compõe-se de uma parte sólida, representada pelas células (eritrócitos, leucócitos e plaquetas (fragmentos de células)), e uma parte líquida denominada plasma.
Os eritrócitos (hemácias) – são as células sanguíneas vermelhas - possuem aspecto discóide, com nítida depressão na região mediana, o que lhes confere a aparência de uma lente bicôncava. É graças à forma bicôncava dos eritrócitos que a hemoglobina contida no seu interior se mantém de maneira homogeneamente distribuída nas proximidades da membrana plasmática, tornando os processos de “retenção” do oxigênio e de “descarte” do dióxido de carbono altamente eficientes. Na espécie humana e no indivíduo normal, cada milímetro cúbico de sangue contém cerca de 4,5 milhões de eritrócitos. Taxas de eritrócitos abaixo de 4.000.000/mm3são indicativas de anemia. A deficiência de ferro no organismo (o ferro entra na constituição da fórmula da hemoglobina) e de fatores estimulantes da hematopoese (formação de hemácias), como o ácido fólico e a vitamina B12, pode representar a causa desencadeante da


manifestação de uma anemia. A principal função dos eritrócitos é o transporte de gases pelo sangue, particularmente oxigênio e dióxido de carbono. O pigmento respiratório encontrado no interior dos eritrócitos é a hemoglobina. A hemoglobina contém, na sua molécula, um radical heme, com quatro grupos pirrólicos ligados a um átomo de ferro. Esse radical se mantém associado à cadeia protéica. O grupo heme tem alta afinidade pelo hoxigênio. Assim, ao nível dos pulmões, nos alvéolos, o oxigênio passa do ar alveolar para o sangue e se combina, numa ligação instável, com o radical heme. Surge, então, a hoxiemoglobina, que é transportada pelo sangue a todos os tecidos do corpo. Todas as células recebem, dessa maneira, a sua cota de oxigênio, já que, ao nível dos tecidos, pela diferença de tensão parcial desse gás, a oxiemoglobina desprende o oxigênio, ficando com seu radical heme novamente livre. O dióxido de carbono (gás carbônico ou CO2) se liga à molécula de hemoglobina formando a carboemoglobina. Essa ligação não se faz pelo radical heme, mas pela própria cadeia protéica da hemoglobina. A ligação é, igualmente, instável. De tal sorte que, ao nível dos alvéolos pulmonares, esse gás se desprende e é liberado para a expulsão pelo organismo.

Os leucócitos – são as células sanguíneas brancas - são bem maiores que as hemácias, porém muito menos numerosos do que elas. No sangue de uma pessoa normal, há cerca de 6.000 a 10.000 deles por milímetro cúbico. Taxas superiores a 10.000/mm3 caracterizam uma leucocitose, quadro clínico típico de infecção, que pode ser geral ou em algum local do organismo. O exagero monstruoso no número de leucócitos (80.000, 100.000/mm3) já fala a favor da leucemia, um estado patológico de degeneração neoplásica (câncer) dos tecidos hemopoéticos. A queda da taxa de leucócitos abaixo de 6.000/mm3 é sugestiva de uma leucopenia. Isso ocorre muitas vezes em consequência de intoxicações graves ou pelo uso indiscriminado de certos medicamentos. O grande papel dos leucócitos no sangue é o de atuarem na defesa do organismo contra o ataque de agentes estranhos, sejam eles micróbios ou simplesmente toxinas. Para exercer seu papel defensivo, os leucócitos constantemente atravessam as finas paredes dos vasos capilares, num fenômeno chamado diapedese. Eles passam pelo intersticio entre uma célula e outra da parede do vaso e vão exercer seu papel no tecido conjuntivo. Como não lhes é dada a condição de retorno direto ao interior dos vasos, eles são recolhidos pelos vasos linfáticos, transportados com a linfa e, juntamente com ela, descarregados de volta a circulação sanguínea, ao nível das veias subclávias. Só assim, eles retornam ao sangue. Há duas classes principais de leucócitos: granulócitos e agranulócitos.
Granulócitos: apresentam grânulos bem evidentes no seu citoplasma. Distinguem-se três tipos de granulócitos: neutrófilos, eosinófilos e basófilos. São responsáveis pela defesa do organismo, aumentando de número ou liberando substâncias para respostas alérgicas.
Agranulócitos: não apresentam grânulos notáveis em seu citoplasma. Há dois tipos de agranulócitos: monócitos e linfócitos. Os monócitos se desenvolvem em grandes células fagocíticas denominadas macrófagos, que podem ingerir bactérias e outras substâncias estranas ao organismo. Os linfócitos são importantes nas respostas imunológicas do corpo, inclusive a produção de anticorpos.



As plaquetas são fragmentos de células resultantes do desmembramento dos megacarióticos, células de origem embrionária econtradas na medula óssea vermelha. São delimitadas por fina membrana e contém microvesículas repletas de tromboplastima, enzima que, uma vez liberada, inativa a heparina, o anticoagulante fisiológico encontrado normalmente no sangue. Bloqueada a heparina, desencadeia-se o processo de coagulação sanguínea. Isso explica o papel que têm as plaquetas na coagulação do sangue. Na pessoa normal, as plaquetas apresentam um número aproximado de 250.000/mm3 de sangue.

O plasma é uma solução aquosa rica em sais, proteínas, lipídios, carboidratos, íons, vitaminas, anticorpos, hormônios e produtos de excreção , como a uréia, além de gases
respiratórios, como o oxigênio e o dióxido de carbono. No plasma, encontram-se o
fibrogênio, proteína globular, que sob a ação da trombina transforma-se em fibrina, proteína fibrosa, cujos filamentos longos se emaranham formando uma rede. Na rede de fibina encalham os elementos figurados do sangue, determinando o aparecimento do coágulo, que tampona a ruptura do vaso e, por coagulação sanguínea, impede o prosseguimento de uma hemorragia. Quando esse fenômeno ocorre dentro de um vaso íntegro, a coagulação intravascular já não tem o caráter de coibir uma hemorragia, e aí, então, assume gravidade considerável, pois o coágulo se constitui num “trombo”, que pode obstruir a circulação, num fenômeno conhecido como trombose.


OS TIPOS SANGUÍNEOS


SISTEMA ABO – Na espécie humana, existem os seguintes tipos de sangue em relação ao sistema ABO: grupo A, grupo B, grupo AB e grupo O. Cada pessoa pertence a um desses grupos sanguíneos.
Na maioria dos glóbulos vermelhos existem dois tipos de proteínas: o aglutinogênio A e o aglutinogênio B. Assim, o sangue foi classificado de acordo com essas proteínas:
Grupo A - possui aglutinogênio A,
Grupo B – possui aglutinogênio B,
Grupo AB – possui aglutinogênio A e B,
Grupo O - não possui aglutinogênios.
No plasma sanguíneo existem outras duas substâncias chamadas aglutininas:
Uma reage com o aglutinogênio A, recebendo o nome de aglutinina anti-A,
Outra reage com o aglutinogênio B, recebendo o nome de aglutinina anti-B.
As aglutininas não podem ficar junto ao seus aglutinogênios, isto é, o sangue que tem aglutinogênio A não poderá conter aglutinina anti-A, o sangue que tem aglutinogênio B não poderá conter aglutinina anti-B. Do contrário, ocorrerá a aglutinação (ligação ou união) dos glóbulos vermelhos.
No quadro abaixo você pode verificar o tipo de aglutinogênio e de aglutinina de cada grupo sanguíneo:






GRUPO
AGLUTINOGÊNIO
AGLUTININA
A
A
Anti-B
B
B
Anti-A
AB
A e B
Não possui
O
Não possui
Anti-A e anit-B



Veja a seguir as combinações adequadas para uma transfusão sanguínea:

GRUPO
PODE DOAR
PODE RECEBER
A
Ao grupo A
Ao grupo AB
Do grupo A
Do grupo O
B
Ao grupo B
Ao grupo AB
Do grupo B
Do grupo O
AB
Ao grupo AB
De todos
O
A todos
Do grupo O


SISTEMA RH:
O sistema Rh consiste num grupo de antígenos eritrocitários superficiais, e o anticorpo componente do sistema – anticorpo anti-Rh – não está normalmente presente no plasma. Para que haja produção de anticorpos anti-Rh deve ocorrer a sensibilização pelo antígeno-Rh. Assim como no sistema ABO, a pessoa com antígeno Rh não produzir anticorpos anti-Rh contra seu próprio antígeno. Tal sensibilização pode ocorrer quando a mãe sem antígeno Rh nos seus eritrócitos (designada Rh negativa), está gestando um feto que possui o antígeno (designado Rh positivo) herdado do pai. Neste caso, pode ser possível que alguns antígenos Rh do feto entrem na circulação através de rupturas na placenta e por meio disso sensibilizem a mãe pela estimulação da produção de anticorpos anti-Rh no seu plasma. Se após ter sido sensibilizada a mãe gerar outro feto Rh positivo, os anticorpos maternos podem entrar na circulação do feto, onde irão atacar e romper os eritrócitos fetais. Isto pode resultar na eritroblastose fetal, uma severa doença anêmica do feto. N verdade, apenas cerca de 05% das mães Rh negativas produzem anticorpos anti-Rh enquanto estão gerando um feto Rh positivo, e o primeiro bebê está quase sempre a salvo dessa doença, em gravidez posterior, os riscos são maiores, porque os sistema imunitário tem uma memória. Atualmente é possível, imediatamente após o parto, injetar mães Rh negativas com agentes que previnem ou limitam a sensibilização pelos antígenos Rh. Deste modo, o problema de incompatibilidade Rh entre mãe e feto tem diminuído muito nos últimos anos.






A Hemopoese: Os tecidos hemopoéticos se dividem em dois grupos: tecidos mielóides, encontrados na medula óssea vermelha, em meio ao tecido ósseo esponjoso e nas epífises ósseas; e tecidos linfóides, existentes nos órgãos linfóides.
Os tecidos mielóides formam os eritrócitos, as plaquetas e os leucócitos granulócitos (neutrófilos, eosinófilos e basófilos). Os tecidos linfóides produzem os leucócitos agranulócitos (monócitos e linfócitos). Os demais tipos de leucócitos, têm uma expressão numérica muito reduzida.


TECIDOS MUSCULARES

Os tecidos musculares são tecidos cujas células, exageradamente alongadas e transformadas em fibras, têm a capacidade de contração e, por isso, podem promover movimentos do corpo.
Distinguem-se três variedades de tecidos musculares:
Tecido muscular liso
Tecido muscular estriado esquelético
Tecido muscular estriado cardíaco
Em todas as três variedades de tecidos musculares, a capacidade de contração é determinada por um mesmo mecanismo: a participação coordenada de moléculas de duas proteínas, a actina e a miosina, que se mostram como miofilamentos capazes de deslizar uns entre os outros, encurtando bruscamente o comprimento da fibra muscular.
Tecido muscular liso – Esse é um tecido formado de fibras fusiformes, dotadasde núcleo único, dispostas paralelamente, com alguma substância intercelular. ª fibra muscular lisa apresenta as seguintes carcterísticas:
a)o citoplasma é homogêneo e não revela estrias transversais;
b)como já foi dito, possui um núcleo apenas;
c)tem contração relativamente lenta e independente da vontade do indivíduo;
O tecido muscular liso é encontrado na estrutura dos órgãos ocos que desempenham atividades contrácteis, como o esôfago, o estômago, os intestinos, a vesícula biliar, a bexiga urinária, o útero, assim como também nas paredes das artérias e das veias. A contração desses órgãos é promovida pela musculatura lisa sob o comando do sistema nervoso autônomo.




Tecido muscular estriado esquelético – É o tecido que forma a grande massa muscular do corpo popularmente conhecida como “carne”. Esses músculos se inserem nos ossos e, por suas contrações e relaxamentos, determinam o movimento do corpo nas articulações. As fibras musculares estriadas esqueléticas apresentam as seguintes características:
a)são células cilíndricas extremamente longas, podendo atingir mais de 20 cm de comprimento, embora permaneçam microscópicas em virtude da sua espessura muito fina;
b)revelam numerosos núcleos, sempre periféricos e dispostos de espaço a espaço ao longo da fibra;
c)apresentam estrias transversais no seu citoplasma, o que justifica o nome que lhes foi dado;
d)têm contrações rápidas e voluntárias, isto é, dependentes da vontade do indivíduo, pois são controladas por nervos do sistema nervoso da vida de relação;
e)têm a capacidade de se hipertrofiar quando submetidas a exercícios forçados e de se atrofiar quando não são solicitadas por muito tempo. Entretanto, são células permanentes, já que não há reprodução das mesmas após concluído o desenvolvimento embrionário. Quando ocorre a morte de algumas dessas células, não há regeneração do tecido,ou seja, não há substituição por perda.As fibras musculares estriadas esqueléticas


acompanham o crescimento do indivíduo, desde o nascimento até a sua estatura definitiva.
f)possuem uma proteína especial – a mioglonina, muito sememlhante à hemoglobina, que age no transporte de oxigênio e lhes dá a cor vermelha.
Cada fibra muscular estriada é composta de um grande número de miofibrilas paralelas. A dissociação dessas miofibrilas revela que cada uma, por si só, é também, formada por um grande número de miofilamentos protéicos de actina e de miosina. Essas duas proteínas de dispõem organizadamente como filamentos longos, paralelos, esticados no sentido do maior eixo da célula, porém com tal arrumação que os miofilamentos de actina, que são finos, ficam em certa extensão intercalados com os miofilamentos de miosina, que são grossos. Resulta disso que, nesses trechos, a miofibrila mostra maior densidade óptica. Em outros trechos, os miofilamentos de actina se apresentam simples, não acompanhados paralelamente por miofilamentos de miosina. Então, nesses trechos, a densidade óptica é menor.
Esse fato ocorrendo com todas as miofibrilas num perfeito paralelismo determina que, em conjunto, toda a fibra muscular estriada exiba uma sucessão de discos escuros e discos claros, que respondem pelo seu estriamento. Cada disco claro mostra na sua região mediana uma discreta linha de maior densidade, que é a linha Z. O espaço entre duas linhas Z seguidas é o que denominamos Sarcômero, a unidade morfofuncional da fibra muscular estriada. O mecanismo da contração muscular se baseia no seguinte fato: a ordem motora para a contração é proveniente do sistema nervoso central e chega à fibra muscular através dos terminais axônicos dos neurônios de algum nervo. Esses



terminais penetram na fibra muscular, constituindo a placa motora e junção neuromuscular. O impulso nervoso nervoso que chega à placa motora condiciona a fibra muscular para a liberação de íons Ca++ e Mg++, os quais precipitam todo um mecanismo bioquímico de ativação enzimática ao fim do qual as moléculas de actina, que têm uma das extremidades livre, deslizam por entre as moléculas de miosina, como que se aproximando e procurando tocar as suas extremidades. Isso determina a aproximação entre as duas linhas Z mais próximas e, consequentemente, o encurtamento do sarcômero. Se todos os sarcômeros se encurtarem a um só tempo, a miofibrila obrigatoriamente também se encurtará. E, por consequência final, com o encurtamento de todas as miofibrilas, a fibra muscular (célula inteira) também sofrerá retração do seu comprimento. Quando todas as fibras de um músculo se encurtam, o que se pode esperar mesmo é a contração do próprio músculo.
Tecido muscular estriado cardíaco: O tecido muscular cardíaco é encontrado exclusivamente no coração, formando a estrutura da parede desse órgão. A parede do coração recebe o nome de miocárdio. Por suas características estruturais e funcionais, o tecido muscular estriado cardíaco se situa como meio termo entre o tecido muscular liso e o tecido muscular estriado esquelético. Suas características principais são:
a)células longas e cilíndricas cujas extremidades se encaixam parecendo uma dar continuidade a outra;
b)muitas células desse tecido são bifurcadas, isto é, se assemelham a uma forquilha;
c)embora as células desse tecido sejam estriadas, à semelhança do tecido esquelético, elas, geralmente, possuem apenas um núcleo, que é central (raramente alguma possui dois núcleos);

d)d)células dotadas de contrações rápidas e de ação involuntária (independente da vontade do indivíduo);
e)presença de discos intercalares, que correspondem ao ponto de contato da extremidade de uma célula com a extremidade de outra.


TECIDO NERVOSO

O tecido nervoso é um tecido praticamente presente em todas as partes do corpo. Afinal, ele tanto responde pela sensibilidade, que existe em qualquer órgão ou área do corpo, como comanda todas as atividades, quer sejam de um músculo, de uma glândula ou de uma víscera, como o estômago, o intestino, a bexiga urinária, a vesícula biliar etc.
No tecido nervoso devemos distinguir dois grupos de células com papéis nitidamente diferentes: os neurônios e as células da neuróglia. Os neurônios são as células nervosas propriamente ditas. E assim, são considerados porque efetivamente são eles que desempenham a função de transmitir impulsos nervosos da periferia para os centros superiores (tornando possível a sensibilidade ou percepção das coisas) ou dos centros nervosos para a periferia (determinando, com isso, a realização do trabalho muscular, glandular ou visceral). As células da neuróglia, também chamada glia, têm a função de



proteção, sustentação e até facilitar a difusão de metabólicos entre o sangue e os neurônios. Mas as células gliais não têm qualquer capacidade de transmitir um impulso nervoso.
O neurônio é a unidade morfofuncional do tecido nervoso. Na maioria das vezes, ele se mostra como uma célula estrelada, contendo um corpo – o seu centro-trófico ou pericárdio – e numerosas ramificações. Dentre estas, distinguem-se os dendritros, que são em grande número e extremamente ramificados, e um eixo único para cada neurônio longo, sem ramificações, a não ser uns terminais arborescentes na extremidade distal, que recebe o nome de axônio.
No centro-trófico do neurônio localiza-se o núcleo da célula. Os impulsos nervosos correm sempre orientadamente dos dendritos para o centro-trófico e deste para o axônio. Por isso, diz-se que os dendritos têm ação centrípeta, enquanto o axônio tem condução centrífuga. Esse sentido do fluxo nervoso é absolutamente invariável. Em nenhuma hipótese pode ocorrer o fluxo em sentido contrário.
O impulso nervoso ocorre em função de alterações que se processam no equilíbrio iônico ao nível da membrana plasmática do neurônio. Sabe-se que a quantidade de íons Na+ e K+ na face externa e na face interna da membrana do neurônio revela uma nítida diferença de distribuição e concentração entre essas duas faces. Assim, em estado de repouso da célula, há mais Na+ na face externa do que na interna e, inversamente, há mais K+ na face interna do que na externa. Todavia, a face externa se mostra mais eletropositiva do que a face interna, com uma certa “diferença de potencial”.
Quando o neurônio é submetido a um estímulo externo, há a passagem brusca de íons NA+ da face externa para a interna, aumentando a positividade dessa face em relação à externa e invertendo a polaridade da membrana. Considera-se que a face menos positiva se comporte perante a outra, por relatividade, como se fosse negativa. Essa inversão de polaridade da membrana age como um estímulo sobre a porção imediatamente seguinte dela, onde o fato
se repete. E, assim, surge um potencial de ação, que corre ao longo da membrana, caracterizando o que chamamos de fluxo ou impulso nervoso.
O fluxo nervoso passa de um neurônio a outro seguindo sempre o sentido: dendrito- centro-trófico- axônio- dendrito- centro-trófico- axônio e assim por diante. O ponto de contigüidade entre os terminais axônicos de um neurônio e as extremidades dendríticas do neurônio seguinte constitui uma sinapse nervosa. Ali não há continuidade das células, apenas contigüidade. Mas, no momento em que o potencial de ação atinge os terminais arborescentes do axônio, estes eliminam no espaço intra-sináptico uma substância, considerada neurormônio, chamada mediador químico da sinapse. Os mediadores químicos mais comum são a acetilcolina e a adrenalina. O mediador químico transmite o estímulo às ramificações dendríticas do neurônio seguinte, e o potencial de ação se repete neste último, prosseguindo seu trajeto pela cadeia de neurônios. Muitos terminais axônicos não fazem sinapse com extremidades dendríticas de outros neurônios, mas sim com a membrana do próprio centro-trófico de outros neurônios. Então, podemos distinguir sinapses axônio-dendríticas e sinapses axônio-corporais.
Além das sinapses neuro-neurais (de neurônio com neurônio), como acabamos de ver, existem sinapses neuro-musculares (as chamadas placas motoras, que já estudamos na parte referente aos tecidos musculares) e sinapses neuro-glandulares (pontos de





terminalização de axônios no interior de células glandulares, transmitindo-lhes ordens para a atividade secretora).
Alguns neurônios possuem o seu axônio descoberto, nu (axônio amielínico). Mas a maioria dos neurônios tem o axônio envolto por uma camada de mielina (fosfolipídio), constituindo a bainha de mielina e mais a bainha de Schwann. Esta última é formada por células que se agregam ao longo do axônio, chamadas células de Schwann. Durante o desenvolvimento do axônio, as células de Schwann expandem uma porção laminar da sua membrana que é rica em mielina e que, aos poucos, vai envolvendo o axônio, enrolando-se nele à maneira de um “rocambole”, até formar a bainha de mielina. Muito frequentemente, por fora da bainha de mielina e da bainha de Schwann, ainda se encontra uma bainha de células conjuntivas – a bainha conjuntiva ou endoneuro.

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