quinta-feira, 4 de março de 2010

Lesão na medula


Medula Espinhal

· A medula é a parte do nosso sistema nervoso central que transporta as informações do cérebro ao resto do corpo e do corpo para o cérebro. É como um sistema de comunicação de rede com dados indo e vindo instantaneamente com informações da sensibilidade, movimento, controle do intestino e da bexiga, etc. Tem a espessura de um dedo, o comprimento da base da cabeça até o cóccix dentro de uma espécie de tubo dentro da coluna vertebral.

Coluna Vertebral

· A coluna vertebral, que protege a medula, é formada por várias vértebras e dividida por um disco que amortece os impactos nas costas.

É dividida em quatro partes:

· Cervical - região do pescoço.
· Torácica - do pescoço à cintura.
· Lombar - abaixo da cintura.
· Sacral - abaixo da lombar.

Função da Medula

· O corpo mexe por ordem do cérebro sobre a comunicação da medula, assim como as informações da sensibilidade (calor, dor, etc) chegam ao cérebro pela medula.
· A medula é o canal principal da comunicação do cérebro para o corpo.

Lesão Medular

· A lesão medular é causada por traumas, vírus, tumores e Esquistossomose.
· Na maioria das vezes por traumas que rompem ou comprimem a medula, por quebra ou deslocamento da vértebra e também por armas ou projéteis que danificam a medula sem atingir a vértebra.

Conseqüências

· Qualquer machucado na medula pode afetar o movimento e/ou a sensação do corpo além de comprometer o funcionamento de alguns órgãos internos.
· O quanto é afetado depende do nível da lesão e o quanto a medula foi lesada.

Nível da lesão

· O nível da lesão é dado pela numeração das vértebras e nervos e calculado pelo último nível normal, abaixo dele as funções já estão alteradas.



LESÃO

· Completa ou Incompleta.
· A lesão é completa quando não existe movimento voluntário e nem sensação abaixo do nível da lesão. E quando ainda se tem algum movimento ou sensação abaixo do nível da lesão ou quando alguns movimentos ou sensações vão retornando aos poucos no longo do tempo é caracterizado como lesão incompleta.

A Recuperação

· Quando há lesão medular o primeiro estado da pessoa é de choque medular que dura semanas ou meses e anula todos os reflexos abaixo do nível de lesão.
· O tempo é a grande resposta da recuperação.
· A reabilitação é necessária e deve ter inicio imediato.
· Os exercícios devem ser orientados ou feitos por fisioterapeutas especializados e com experiência em lesão medular.
· São poucos formados capacitados para lidar com o paciente lesado medular.
· Um hospital de reabilitação que acho ideal é a rede Sarah.

Complicações mais freqüentes

Deformidades

· Ocorrem nos membros ou partes do troco, quando instaladas apenas a correção cirúrgica pode solucionar.

Fontes causadoras:
· Mal posicionamento.
· Ausência de movimentação articular, ativa oupassiva.
· Edema por imobilização.
· Microhemorragias, provenientes de movimentos bruscos e excessivos.
· Espasticidade.

Conseqüências:

· Redução da amplitude do movimento.
· Encurtamento e contraturas musculares e/ou articulares.
· Dor ao movimento.
· Edema.
Locais mais freqüentes:
· Membros inferiores.
· Pé eqüino (pé de bailarina).
· Adução da coxa.
· Flexão do hálux.
· Flexão do quadril e joelho.

Membros superiores

· Flexão dos cotovelos.
· Extenção e supinação do punho.
· Flexão dos dedos.

Tronco:

· Cifose.
· Escoliose.

O que fazer:

· A prevenção é o melhor tratamento.
· Posicionamento adequado.
· Exercícios passivos.
· Uso de órteses.
· Tratamento cirúrgico.

DRA – Disreflexia Autonômica

· É uma emergência que requer um tratamento imediato para não resultar em confusão mental, coma e morte, pois pode provocar derrame vascular cerebral.
· Caracteriza-se por hipertensão arterial e um súbito início de dor de cabeça em pacientes com lesão acima do nível T6.

O que acontece:

· Pressão alta.
· Dor de cabeça latejante.
· Sudorese.
· Formação de placas avermelhadas acima do nível de lesão e obstrução nasal.
· Palidez cutânea abaixo da lesão.
· Visão turva.
· Bradicardia (pulso baixo).
Fontes causadoras:
· Distensão vesical (bexiga cheia).
· Distensão intestinal (excesso de fezes).
· Escara.
· Irritação da pele, por pequenos estímulos.
· Roupas apertadas.
· Unhas encravadas.
· Fraturas.
· Infecções, inclusive urinária.
· Fatores emocionais.
· Gravidez.

O que fazer:

· Retirar o fator estimulante, fazer rapidamente um exame para identificar a fonte causadora e então reverter num processo normal sem afobação para não estimular novamente.

OH – Ossificação Heterotópica Neurogênica

· Trata-se de uma calcificação óssea em tecidos celulares que não se ossificam, principalmente no perímetro das articulações do quadril, joelhos, ombros e cotovelos.
· Aparece entre o 1º e o 4º mês sendo raramente após 1 ano de lesão.
· Na detecção ele se aparenta como uma esponja fibrosa e clara na radiografia e depois de solidificado sua constituição é igual a qualquer outro osso.
· Comprometendo na amplitude dos movimentos articulares da área afetada.
· Não ocorre em todos os lesados medular.

Causa:

· Desconhecida.
Sintomas:
· Diminuição da amplitude do movimento da articulação.
· Edema.
· Enrijecimento dos tecidos ao redor da articulação.
· Aumento da temperatura da pele na área inflamada.
· Aumento da espasticidade.

Tratamento:

· Posicionamento correto evitando movimentos.
· Exercícios suaves de completa extensão motora.
· Remoção cirúrgica.

Edema de MMII

· É o excesso de líquido nos tecidos do organismo.
· Diminui a difusão de oxigênio e nutrientes proporcionalmente à distancia que é colocada entre o capilar e a membrana celular.
· Pode ser um problema significativo nos membros.

Sintomas

· Edema mole, indolor e desaparece rapidamente na posição horizontal com os membros elevados.
· Cacifo positivo discreto, aquela depressão na pele após pressão com o dedo.

Causas:

· Longos períodos com os membros pendentes, por CR ou Leito.
· Imobilização por longo tempo.
· Doença circulatória.
· Depressão do sistema metabólico dos tecidos.
· Presença de um processo inflamatório.

Conseqüências:

· Fragilidade da pele.
· Cianose nas extremidades (aspecto arroxeado).

Tratamento:

· Elevar os membros inferiores durante a noite, acima do nível do coração. E periodicamente durante o dia, por 15 minutos 4 a 5 vezes ao dia.
· Uso de meias elásticas compressivas e após avaliação médica, se a causa for estase venosa.
· Exercício diários de extenção para facilitar o retorno venoso.
· Mudança periódica do posicionamento dos membros.
· O não desaparecimento dos sintomas examinar a possibilidade de tromboflebite.

Espasticidade

· Trata-se de uma hipertonia baseada na intensificação das atividades reflexas que utilizam o arco miotático, devido a lesão do neurônio motor superior envolvendo o trato retículo espinhal e o cortiço rubro espinhal.

Fisiopatologia

· É uma manifestação secundária a lesão, devido as alterações causadas na via cortiço-retículo-bulbo-espinhal.

Freqüentemente encontrada em:

· Paralisia Cerebral
· Acidente Vascular Cerebral.
· Traumatismo crânio cefálico.
· Traumatismo raquimedular.
· Neoplasias.
· Doenças desmielinizantes

Quadro Clínico:

· Aumento da resistência do músculo em estiramento.
· Diminuição da resistência muscular após um certo grau de estiramento.
· Distribuição desigual no território muscular afetado.

Vantagens:

· Aumento da espasticidade pode ser uma advertência de dor ou problemas nas regiões sem sensibilidade.
· Ajuda a manter o tônus muscular.
· Mantem a densidade óssea.
· Ajuda a promover a circulação do sangue.
· Em alguns casos é usado para locomoção utilizando seus espasmos extensores para transferir ou caminhar com apoio.

Desvantagens:

· Interfere nas atividades da vida diária, dificulta transferências, no dormir, caminhar com apoio, sentar.
· Pode causar lesões de pele, escoriações ou traumas.
· Pode causar movimento limitante da articulação.
· Contrai a bexiga, impedindo de tornar-se um reservatório útil.
· Facilita a instalação de deformidades.

Tratamento:

· Exercício diário de extensão.
· Evitar fatores estimulantes.
· Proteger para não causar lesões.
· Evitar calor ou frio intenso.
· Relaxar a fim de reduzir o nível de stress ou tensão.
· Iniciar com medicação específicas, injeção de medicamentos em músculos e nervos.
· Cirurgia das raízes nervosas ou da medula espinhal.

Deslizamentos


Deslizamentos

Os deslizamentos podem acontecer de diferentes formas, sendo as mais frequentes a queda de parte da cobertura dos morros e montanhas, ou a queda de neve acumulada no alto das montanhas muito elevadas. Esta última apresentação é conhecida pelo nome de Avalanche.

Tanto em um como em outro caso, o fator primário para sua ocorrência é a água, seja em forma líquida, seja em forma sólida (neve). O acúmulo de água nas camadas externas de morros desmatados e montanhas que tenham perdido extensões substanciais de sua capa florestal, podem perceber este fenômeno.

O povoamento de maneira desorganizada e a edificação de moradias sem estrutura suficiente, ou mesmo as moradias mais bem preparadas mas que tenham comprometido a encosta das montanhas ou dos morros, podem observar a ação deste fenômeno quando uma atividade pluviométrica elevada, incidir sobre a localidade fragilizando ainda mais a camada externa da montanha.

Em geral, sua razão está associada ao acúmulo de água pelo solo que procura absorver seu volume. Entretanto, pela ausência de vegetação, esta água não é direcionada para as camadas inferiores da superfície terrestre, sendo então promovido o desenvolvimento de uma lama espessa (associação de água e terra da superfície), que pelo seu volume e densidade acabam descendo pela gravitação, despencando pela montanha e arrastando consigo não apenas uma parte significativa do solo erodido, mas também tudo o que estiver em sua frente, como moradias, árvores, pessoas e animais.

Outro fator que contribui sistematicamente com este fenômeno, é a Enxurrada, que ao perceber volume considerável no alto das montanhas, acaba descendo pela montanha trazendo consigo parte significativa da sua capa, promovendo a erosão do solo.

Em particular, o fenômeno das erupções vulcânicas permitiu que o Monte Etna na Itália, desenvolvesse uma camada espessa de fuligem à partir de sua extremidade superior. Quando está no solstício de inverno, esta montanha concentra valor expressivo de neve no cume da montanha. Esta neve será potencialmente destrutiva para grande parte da cidade de Santa Venerina ao Sudeste do vulcão, porque mesmo sem a atividade sísmica, a grande quantidade de fuligem das erupções vulcânicas de 1992 e 2002, acabaram causando a formação de uma grossa camada que desce em quantidade substancial das montanhas com o degelo de parte da neve das montanhas, causando o soterramento parcial da cidade italiana. É portanto uma forma diferenciada de deslizamento, mas que contém um fator que contribui, a fuligem vulcânica que se associa ao derretimento de parte da neve da montanha. Este derretimento tanto pode ocorrer nesta região com o aquecimento no solstício de verão, quanto com o aquecimento do cume do cone vulcânico, mas se agrava ainda mais com a ação pluviométrica substancial nesta localidade.

Para as cidades brasileiras, as formas de deslizamento sempre estão associadas à má distribuição e falta de estrutura no povoamento das encostas. Uma das medidas mais comuns e que mais são adotadas pelas entidades governamentais e defesas civis estaduais, como a Defesa Civil de São Paulo, está na quebra da encosta formando camadas, como em degraus que objetivam a descida intercalada das águas fluviais e têm sido as melhores formas de contenção e maneira mais efetiva de proteger contra os desmoronamentos, tanto em rodovias e estradas viscinais, como em áreas urbanas.

Neste sentido, a Defesa Civil do Estado de São Paulo, durante a administração dos governos Mário Covas e Geraldo Alkimin, têm obtido resultados bastante positivos com a prevenção contra enchentes, desmoronamentos e queda de barreiras, servindo de exemplo para outras defesas civis estaduais que têm adquirido parte dos trabalhos e técnicas de prevenção durante seminários e simpósios realizados no Palácio dos Bandeirantes na cidade de São Paulo nos anos de 2002 e 2003.

Como medidas preventivas que devam ser tomadas, deve ser ressaltado o trabalho nos períodos que antecedem as maiores atividades pluviométricas. Neste sentido, cada Estado possui uma particularidade que deve ser observada para a melhor e mais correta aplicação de recursos contra suas conseqüências mais diretas, em que se ensejam o deslizamento de encostas.

As regiões mais frias devem tomar medidas preventivas contra as avalanches, outra forma de deslizamento pelo acúmulo de neve nas montanhas. A falta de medidas preventivas nestas regiões como os Alpes suíços, Bariloche na Argentina, Himalaia na Índia, etc, podem causar muitos acidentes quando da incursão dos esportistas e praticantes de esqui, pois o simples contato com a neve de áreas propensas à uma avalanche, pode desencadear o fenômeno. Em alguns casos, o simples barulho, seja por um grito de comunicação, seja por um tiro disparado por um sinalizador, podem causar o desprendimento de uma camada do alto das montanhas que se precipita contra a encosta e promove o deslizamento de uma camada da neve que cobre a montanha.

No início, não é preciso muito mais do que um metro cúbico de neve, pois o peso deste volume irá promover o desprendimento de parte da neve, principalmente a que têm formação mais recente e que ainda não se solidificou nas montanhas. Uma neve nas montanhas é formada pelo acúmulo desenvolvido pelas nevascas de inverno. Este volume irá se solidificar lentamente na montanha, sendo agrupado mais e mais à cada ano que passa, formando uma camada grossa de gelo mais compactado pelo volume das camadas que lhe forem superpostas.

Quando uma camada expressiva vier a ser formada no alto de uma montanha e ela não estiver suficientemente solidificada, estará então mais propensa aos efeitos iniciais de uma avalanche, tanto pelo peso de seu volume, quanto pelo fato de não estar muito bem firmada na encosta. Quando esta camada estiver mais solidificada, porém nas partes menos elevadas da mesma montanha, ela estará sujeita à ação do volume que se desprende e desliza do topo, pois virá em velocidade, força e volume expressivos, capazes de fazer com que camadas mais sólidas sejam removidas, agrupando a neve que se desprendeu, junto à neve mais sólida nas bases inferiores da montanha.

Observe os códigos utilizados pelas equipes de resgate para as diferentes apresentações deste fenômeno:

X36.0 Vítima de avalanche, desabamento de terra e outros movimentos da superfície terrestre - residência

X36.1 Vítima de avalanche, desabamento de terra e outros movimentos da superfície terrestre - habitação coletiva

X36.2 Vítima de avalanche, desabamento de terra e outros movimentos da superfície terrestre - escolas, outras instituições e áreas de administração pública

X36.3 Vítima de avalanche, desabamento de terra e outros movimentos da superfície terrestre - área para a prática de esportes e atletismo

X36.4 Vítima de avalanche, desabamento de terra e outros movimentos da superfície terrestre - rua e estrada

X36.5 Vítima de avalanche, desabamento de terra e outros movimentos da superfície terrestre - áreas de comércio e de serviços

X36.6 Vítima de avalanche, desabamento de terra e outros movimentos da superfície terrestre - áreas industriais e em construção

X36.7 Vítima de avalanche, desabamento de terra e outros movimentos da superfície terrestre - fazenda

X36.8 Vítima de avalanche, desabamento de terra e outros movimentos da superfície terrestre - outros locais especificados

X36.9 Vítima de avalanche, desabamento de terra e outros movimentos da superfície terrestre - local não especificado