sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Helmintos ou vermes
Os primeiros registros de doenças causadas por vermes parasitários, ou helmintos, se encontram no papiro de Ebers, de 1500 a.C., em que se reconhecem descrições de tênias e lombrigas, estas últimas de incidência ainda bastante comum no Brasil e outros países do terceiro mundo no final do século XX.
Helmintos ou vermes são animais metazoários muitos dos quais parasitos que vivem em várias partes do corpo humano. Do ponto de vista taxionômico, pertencem a diversos filos e se caracterizam pela ausência de segmentação e um verdadeiro celoma, e a presença de protonefrídios, isto é, canais excretores ramificados com órgãos terminais unicelulares providos de cílios longos. Os helmintos podem-se classificar em três grandes grupos: nematódios, ou vermes cilíndricos; cestóides, ou vermes chatos; e trematódeos, providos de ventosas.
Os helmintos podem multiplicar-se dentro ou fora do corpo do hospedeiro. Isso depende do ciclo vital específico de cada parasito. Os que parasitam o intestino do homem quase nunca produzem por si sós a morte do hospedeiro. Trazem, no entanto, malefícios ao organismo parasitado, muitas vezes debilitando-o perigosamente. Entre os helmintos intestinais mais comuns estão os oxiúros, os ascarídeos, os ancilóstomos e as tênias.
Os oxiúros (Enterobius vermicularis), parasitos que afetam o homem com muita freqüência, são vermes pequenos (até dois centímetros) e brancos. Habitam a região do ceco-apêndice humano, de onde a fêmea fecundada emigra para depositar ovos embrionados às margens do ânus e nas pregas perianais. Por isso, os sintomas principais da oxiurose são o prurido anal e a tensão nervosa.
Os ascarídeos, conhecidos vulgarmente como lombrigas, são, depois dos oxiúros, os vermes que mais freqüentemente parasitam o intestino humano. A fêmea pode chegar aos trinta centímetros, enquanto o macho só atinge metade desse tamanho. Os ovos fertilizados desenvolvem-se facilmente e são encontrados na poeira doméstica, terra dos jardins etc. A infecção se processa pelas mãos sujas ou por intermédio da água, frutas, legumes. Normalmente os vermes habitam o intestino delgado. Em caso de infecção grave podem invadir vários pontos do organismo, ocasionando problemas de maior ou menor gravidade.
O ancilóstomo e o necátor (Ancylostoma duodenale e Necator americanus) causam uma doença conhecida como ancilostomíase ou necatoríase, anemia tropical, uncinariose, amarelão ou opilação, sério problema de saúde pública, especialmente no interior brasileiro. Os ancilóstomos são parasitos chupadores de sangue, característica que produz graves sintomas, como anemia hipocrômica e microcítica.
O tricocéfalo (Trichuris trichiura) é um verme de incidência comum em crianças. Permanece fixado pela extremidade anterior na mucosa do ceco-apêndice e pode invadir o intestino grosso. Cada fêmea adulta do tricocéfalo põe cerca de quatro mil ovos por dia, que são eliminados nas fezes. Ingeridos com a água e os alimentos, ou levados à boca em pedaços de terra (geofagia), ou pelos dedos, os ovos chegam ao duodeno, donde as larvas migram para o habitat definitivo e atingem a maturidade em cerca de três meses. A sintomatologia é bastante vaga: nos casos mais graves, observam-se palidez, perda de peso, anemia, anorexia, náuseas, vômitos, diarréia mucossanguinolenta, dores abdominais, tenesmo (dificuldade de defecar ou urinar, com sensação dolorosa no reto ou na bexiga).
O estrongilóide (Strongyloides stercoralis) é um helminto de ciclo evolutivo bastante complexo, com dupla modalidade biológica: uma forma parasitária e outra de vida livre. A fêmea parasita mede pouco mais de dois milímetros de comprimento e vive na mucosa do duodeno ou do jejuno. Aí deposita os ovos embrionados, que dão saída às larvas, posteriormente eliminadas com as fezes. A ação patogênica desse verme manifesta-se em alterações de natureza mecânica, traumática, irritativa e, às vezes, de ordem tóxica ou alérgica.
As tênias são vermes de corpo chato e largo, que vivem principalmente no intestino humano. Existem cerca de quarenta espécies, das quais as mais comuns no Brasil são a Taenia solium e a Taenia saginata. Em geral, o contágio se dá por ingestão de alimentos, que veiculam os ovos ou as larvas. Os vermes adultos vivem fixados pela extremidade cefálica à parede do intestino humano. Em geral só existe um exemplar infectante no intestino, razão por que esse verme é conhecido como "solitária". Sua vida, contudo, pode ser muito prolongada, às vezes até vinte anos, e pode produzir dez ou mais segmentos todos os dias, pelo que vez por outra alcança comprimento de até dez metros.
As filárias são helmintos parasitos obrigatórios durante toda a vida e necessitam de dois hospedeiros, um obrigatório ou definitivo, onde vivem e se reproduzem, e outro intermediário, em que evoluem as formas imaturas. Os vermes adultos ou "macrofilárias" vivem no sistema linfático, cavidades serosas ou tecido conjuntivo do homem. Os embriões ou "microfilárias", segundo a espécie, fazem apenas curta migração pela pele ou tecido celular subcutâneo do hospedeiro vertebrado, ou chegam à circulação periférica. Sempre, porém, estão ao alcance do hospedeiro intermediário, de que necessitam para completar seu ciclo evolutivo.
O Schistosoma mansoni é o agente causal da esquistossomose, ou doença de Manson-Pirajá da Silva, um dos mais graves problemas de saúde pública no Brasil. Essa helmintose está condicionada à eliminação dos ovos do parasito com as fezes de pacientes infectados e à presença do hospedeiro intermediário, um caramujo do gênero Biomphalaria comumente encontrados em lagoas, represas, canais de irrigação, córregos etc.
Protozoários
Protozoários são microorganismos cuja classificação é feita com base nas estruturas de locomoção que eles apresentam e devido a isso foram agrupados no Reino Protista junto às algas unicelulares crisófitas, euglenófitas e pirrófitas de acordo com suas semelhanças mais evidentes. Todos são seres eucariontes ou seja, possuem núcleo celular organizado dentro de uma carioteca, a maioria são heterótrofos e comem diversos alimentos embora alguns sejam autótrofos produzem clorofila e com ela fazem a fotossíntese e assim conseguem produzir seus próprios alimentos. A locomoção desses micro-organismos no meio aquático é feita através do batimento de cílios os (Ciliados) ou batimento de flagelos nos (Flagelados) que são estruturas mais adaptadas para a natação; outros protozoários os (Rizópodos) rastejam com movimento amebóide um tipo de locomoção onde os micro-organismos vão mudando a forma do seu corpo pela emissão de pseudópodes (do grego, "pseudo", em português falso ou falsos) e (do grego "podo", em português pé ou pés) portanto literalmente "pseudópodos" significam "falsos pés"; outros protozoários não possuem organelas locomotoras nem vacúolos contrácteis são os chamados (Esporozoários), microorganismos parasitas que se disseminam pelo ambiente através da produção de muitos esporos que são levados pela água, pelo ar ou são levados através de animais vetores (moscas, mosquitos, carrapatos etc.) que se contaminam com esses protozoários patogênicos, ficam doentes e transmitem essas doenças para outros animais. A maioria dos protozoários são de vida livre e aquática podendo ser encontrados na água doce, salobra ou água salgada, levam vida livre também em lugares úmidos rastejando pelo solo ou sobre matéria orgânica em decomposição no entanto algumas espécies levam vida parasitária nos organismos de diversos hospedeiros e assim passam a maior parte da vida parasitando diversas espécies de seres vivos e dessa forma lhes causando muitas doenças. A reprodução dos protozoários geralmente é assexual acontecendo por divisão múltipla onde o microorganismo apenas se divide em cópias dele mesmo, alguns produzem esporos para se disseminarem pelo ambiente, às vezes alguns também apresentam reprodução sexual havendo nítida troca de material genético entre um micro-organismo e outro.
bactérias
Bactérias (do grego bakteria, bastão) são organismos unicelulares, procariontes, que podem ser encontrados na forma isolada ou em colônias e pertencem ao Domínio homônimo Bacteria. São microorganismos constituídos por uma célula, sem núcleo celular nem organelas membranares.
As bactérias são um dos organismos mais antigos, com evidência encontrada em rochas de 3,8 bilhões de anos.[1]
Segundo a Teoria da Endossimbiose, dois organelos celulares, as mitocôndrias e os cloroplastos teriam derivado de uma bactéria endossimbionte, provavelmente autotrófica, antepassada das atuais cianobactérias.
As bactérias são geralmente microscópicas ou submicroscópicas (detectáveis apenas ao microscópio electrônico). Suas dimensões variam de 0,5 a 5 micrómetros.[2] Excepções são as bactérias Epulopiscium fishelsoni isolada no tubo digestivo de um peixe, com um comprimento compreendido em 0,2 e 0,7 mm e Thiomargarita namibiensis, isolada de sedimentos oceânicos, que atinge até 0,75 mm de comprimento.
Bactérias são os organismos mais bem sucedidos do planeta em relação ao número de indivíduos. Inclusive, a quantidade de bactérias no trato intestinal de uma pessoa é superior ao número total de células humanas no corpo da mesma. [3]
vírus ( ser vivo ou não ?)
Vírus são os únicos organismos acelulares da Terra atual.
Os vírus são seres muito simples e pequenos (medem menos de 0,2 µm), formados basicamente por uma cápsula protéica envolvendo o material genético, que, dependendo do tipo de vírus, pode ser o DNA, RNA ou os dois juntos (citomegalovirus). A palavra vírus vem do Latim virus que significa fluído venenoso ou toxina. Atualmente é utilizada para descrever os vírus biológicos, além de designar, metaforicamente, qualquer coisa que se reproduza de forma parasitária, como ideias. O termo vírus de computador nasceu por analogia. A palavra vírion ou víron é usada para se referir a uma única partícula viral que estiver fora da célula hospedeira.
Das 1.739.600 espécies de seres vivos conhecidos, os vírus representam 3.600 espécies.
Vírus é uma partícula basicamente protéica que pode infectar organismos vivos. Vírus são parasitas obrigatórios do interior celular e isso significa que eles somente se reproduzem pela invasão e possessão do controle da maquinaria de auto-reprodução celular. O termo vírus geralmente refere-se às partículas que infectam eucariontes (organismos cujas células têm carioteca), enquanto o termo bacteriófago ou fago é utilizado para descrever aqueles que infectam procariontes (domínios bacteria e archaea).
Tipicamente, estas partículas carregam uma pequena quantidade de ácido nucléico (seja DNA ou RNA, ja se há conhecimento hoje de vírus que possuem os dois) sempre envolto por uma cápsula protéica denominada capsídeo. As proteínas que compõe o capsídeo são específicas para cada tipo de vírus. O capsídeo mais o ácido nucléico que ele envolve são denominados nucleocapsídeo. Alguns vírus são formados apenas pelo núcleo capsídeo, outros no entanto, possuem um envoltório ou envelope externo ao nucleocapsídeo. Esses vírus são denominados vírus encapsulados ou envelopados.
Vírus não têm qualquer atividade metabólica quando fora da célula hospedeira: eles não podem captar nutrientes, utilizar energia ou realizar qualquer atividade biossintética. Eles obviamente se reproduzem, mas diferentemente de células, que crescem, duplicam seu conteúdo para então dividir-se em duas células filhas, os vírus replicam-se através de uma estratégia completamente diferente: eles invadem células, o que causa a dissociação dos componentes da partícula viral; esses componentes então interagem com o aparato metabólico da célula hospedeira, subvertendo o metabolismo celular para a produção de mais vírus. Há grande debate na comunidade científica sobre se os vírus devem ser considerados seres vivos ou não, e esse debate e primariamente um resultado de diferentes percepções sobre o que vem a ser vida, em outras palavras, a definição de vida. Aqueles que defendem a idéia que os vírus não são vivos argumentam que organismos vivos devem possuir características como a habilidade de importar nutrientes e energia do ambiente, devem ter metabolismo (um conjunto de reações químicas altamente interrelacionadas através das quais os seres vivos constroem e mantêm seus corpos, crescem e performam inúmeras outras tarefas, como locomoção, reprodução, etc.); organismos vivos também fazem parte de uma linhagem continua, sendo necessariamente originados de seres semelhantes e, através da reprodução, gerar outros seres semelhantes (descendência ou prole), etc. Os vírus preenchem alguns desses critérios: são parte de linhagens contínuas, reproduzem-se e evoluem em resposta ao ambiente, através de variabilidade e seleção, como qualquer ser vivo. Porém, não têm metabolismo próprio, por isso deveriam ser considerados "partículas infecciosas", ao invés de seres vivos propriamente ditos. Muitos, porém, não concordam com essa perspectiva, e argumentam que uma vez que os vírus são capazes de reproduzir-se, são organismos vivos; eles dependem do maquinário metabólico da célula hospedeira, mas até ai todos os seres vivos dependem de interações com outros seres vivos. Outros ainda levam em consideração a presenca massiva de vírus em todos os reinos do mundo natural, sua origem-aparentemente tão antiga como a própria vida-sua importância na história natural de todos os outros organismos, etc. Conforme já mencionado, diferentes conceitos a respeito do que vem a ser vida formam o cerne dessa discussão. Definir vida tem sido sempre um grande problema, e já que qualquer definição provavelmente será evasiva ou arbitraria, dificultando assim uma definição exata a respeito dos vírus.
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