quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O ovo ou a galinha ??


QUEM SURGIU PRIMEIRO:
O OVO OU A GALINHA?

Essa questão é uma alegoria que transcende sua simples interpretação biológica, podendo ser chamada de paradoxo cíclico de causa e efeito, ou seja, algo de cuja existência depende outra, que por sua vez é a causa da existência de algo, tal como: "O que surgiu primeiro: O Ser Humano ou a Cultura Humana?"

Mas interpretando-a de forma mais literal, é curioso que Criacionismo e Evolucionismo apresentam respostas claras e divergentes, diferente do senso comum que normalmente vê a questão como sem solução.

Pela Bíblia, tudo leva a crer que a Galinha, assim como os outros animais ovíparos, passou a existir em primeiro lugar, no ato da Criação, já com a capacidade de botar ovos. Portanto, pelo ponto de vista Criacionista temos a Galinha como antecessora do Ovo.

Pelo ponto de vista Evolucionista, sabemos que ocorreu todo um processo de evolução até que determinados animais que já nasciam de ovos, viessem a se transformar nas aves, incluindo o animal que mais tarde, graças a intervenção humana, viria a constituir em nossa conhecida Galinha. Sendo assim, o Ovo, por ser mais antigo na natureza, antecede a Galinha, e mesmo às aves, os dinossauros e peixes, tendo evoluído simultâneo às espécies como elemento integrante do sistema reprodutor.

Ovos e Galinhas podem render bastante discussão entre Criacionistas e Evolucionistas.

Em palestras do Dr. Duane T. Gish em Brasília, minha cidade, que tive o prazer de acompanhar, o bem humorado criacionista fez uma brincadeira com a idéia do Super Átomo Primordial que seria matriz do Big Bang, chamando-o de "Ovo Cósmico". Alegando então que ninguém sabe dizer exatamente de onde teria vindo este "Ovo", ironizou que alguns sugeriram uma "Galinha Cósmica".

Não sei se outros pensaram assim mas me veio imediatamente a idéia de que chamaram Deus de Galinha. O que poderia até fazer um certo sentido, talvez Deus viva percorrendo o UNIVERSO chocando Universos por toda parte.

Brincadeiras à parte, o que pretendo abordar aqui é na verdade as alegações criacionistas de que não haveriam evidências para espécies transicionais ancestrais das aves. A maioria dos Criacionistas insiste que o Evolucionismo propõe surgimentos bruscos de espécies novas, ou seja, que de repente de um ovo de réptil tivesse surgido a primeira ave, completa, como as conhecemos hoje. Alguns inclusive, num espírito satírico, dizem que deve ter sido um tremendo susto para a mamãe réptil ter tido um filhote ave!

Curiosamente o surgimento das aves talvez seja o capítulo da Evolução mais bem documentado pela evidência fóssil, só perdendo talvez para a evolução Humana. As aves evoluiram, agora já se sabe, diretamente dos dinossauros, como vários fósseis transicionais demonstram, e as descobertas mais recentes que levaram a essa conclusão alteraram radicalmente e em poucos anos o modo como concebemos os grandes "répteis" do passado.

Tomei como base para este texto a brilhante reportagem da Scientific American de Abril de 2003, que apresenta a matéria de capa "Penas de Dinossauros".

QUE "PENA" PARA SPIELBERG

Se o famoso filme Jurassic Park fosse refilmado hoje de acordo com as novas descobertas teria que sofrer alterações drásticas, principalmente pelo fato que muito provavelmente os dois grandes astros digitais do filme, o Tiranossaurus Rex e o Velociraptor, teriam que ser recobertos de penas!

Quanto ao Velociraptor isso já é praticamente certo. A presença de penas em algumas espécies de dinossauros clareou ainda mais as suas relações com as aves, e a descoberta de fósseis mais recentes permitiu montar um quadro bem mais claro dos estágios evolutivos que levaram ao surgimento das aves.

Antes o Arqueopterix era o melhor exemplo de fóssil transicional entre dinossauros e aves, agora perdeu esse lugar para o Microraptor, descoberto em 2002 na China, e que apresentava 4 asas, ou seja, tinha não só braços mas também pernas aladas.

Mas o Microraptor e o Arqueopterix são apenas dois entre dezenas de exemplos documentados por evidência fóssil de espécies que possuem tanto características de Dinossauros, que ainda consideramos répteis, quanto de aves. Muitas destas espécies eram muito provavelmente dotadas da habilidade de planar, um pré-vôo, assim como o são muitas das espécies atuais mais exóticas encontrados em locais mais remotos do mundo.

Assim, além destes, criaturas como o Sinornithossauro ou o Enantiornithines são o que podemos chamar de Espécies Intermediárias entre Dinossauros (répteis), e Aves. As mesmas espécies intermediárias, ou Transicionais, que os Criacionistas insistem em dizer que nunca existiram.

QUE "PENA" PARA O CRIACIONISMO

Um dos baluartes argumentativos do Criacionismo contra a Evolução é alegar a ausência de fósseis transicionais, ou seja, que representam animais que reuniam características de dois grupos diferentes, no caso, Répteis e Aves.

Pelo Evolucionismo, a Aves teriam evolúido dos Répteis, havendo então uma continuidade entre essas duas classes de animais. Porém, os animais intermediários estão extintos, razão pela qual as duas classes parecem bastante separadas uma da outra. Os répteis seriam a classe mais antiga, tanto que se encontram fósseis de mais de 65 milhões de anos, o que não ocorre com as aves, cujos fósseis são bem mais recentes.

Desde Darwin, previu-se que fósseis destas espécies deveriam ser encontrados, o que confirmaria fortemente a teoria. E aqui está o pomo da discórdia, pois a existência destes fósseis é de vital importância.

A absoluta maioria da comunidade científica não tem nenhum resquício de dúvidas em afirmar que centenas fósseis transicionais incluindo entre répteis e aves já foram encontrados, estudados e catalogados, constituindo confirmação inegável da Teoria da Evolução.

Descobertas recentes feitas na China presentearam os cientistas com diversas espécies intermediárias que permitem agora uma visão muitíssimo mais clara do processo evolutivo

Mas não é assim que pensam os Criacionistas, que simplesmente negam essas evidências com um curioso argumento de Descontinuidade.

O ARGUMENTO DA DESCONTINUIDADE

Havendo ligação transicional entre Répteis e Aves, a evolução é confirmada, mas caso Aves e Répteis estejam isolados, sem uma ligação contínua de espécies entre eles, a Teoria da Evolução ainda não teria sido confirmada pela evidência fóssil. Dessa forma, para evitar admitir a confirmação da Teoria, os Criacionistas alegam que os fósseis encontrados são Aves, OU são Répteis, pertencendo a uma classe ou outra, e não a um estágio intermediário.

É preciso recorrer então aos motivos que levam-nos a classificar as Aves e Répteis de hoje em classes distintas. Vamos citar apenas 3 características de cada grupo.

AVES: Tem penas, são bípedes, tem bico (não tendo dentes, ou tendo dentes minúsculos).

RÉPTEIS: Tem pele escamosa ou rugosa (não tendo penas), são quadrúpedes ou ápodes (cobras), tem dentes.

Não há exemplos vivos que desafiem essa classificação abertamente. Não se conhece aves que andem em 4 patas ou répteis com penas, porém, os fósseis das espécies transicionais claramente reúnem em um mesmo animal algumas destas característias, além de várias outras mais sutis.

O famoso Arqueopterix por exemplo, assim como outras espécies extintas já descobertas, apresenta penas e dentes. Não se conhece atualmente aves com dentes grandes como os do Arqueopterix. Mas algumas destas espécies extintas inclusive apresentam uma curiosa mistura de Bico e Grandes Dentes, bem como escamas e penas.

O Microraptor apesar das penas é claramente quadrúpede, ou ao menos predominantemente, tal como um esquilo, podendo ficar em pé sobre as patas traseiras, mas andando em 4 patas.

E o mais curioso, é que os próprios Dinossauros, apesar de seu nome originalmente significar "Répteis Terríveis", eram em grande quantidade bípedes!

É claro que o Criacionista tem todo o direito de alegar que todas essas criaturas deveriam ser enquadradas na classe dos "Dinossauros", que não seriam exatamente Répteis nem Aves. Como analogia frequentemente cita-se o Ornitorrinco, que apesar de ter mamas e bico, não é necessariamente uma espécie intermediária entre Aves e Mamíferos.

Sem entrar no mérito sobre os Ornitorrincos, basta lembrar que esta é uma espécie encontrada num continente bastante afastado da Eurásia e África, onde, como prevê a Teoria da Evolução, as espécies tenderiam a se diferenciar das espécies de outros continentes, percorrendo caminhos evolutivos imprevisíveis.

Porém a maior parte dos fósseis encontrados, bem como répteis e aves do presente, vieram de um mesmo continente, tendo inclusive coexistido durante algum tempo. Além disso, diferente do Ornitorrinco ou da Équidna, há tantos fósseis que misturam caracteristicas de répteis e de aves que é possível ordená-los numa ampla escala transitiva.

Cientistas evolucionistas separaram dezenas de espécies extintas mas com evidências fósseis em 5 Estágios transitivos, onde pode-se notar uma maior presença de características de aves a medida que se avança na escala.

As penas desepenham uma papel importante nessa escala, sendo bastante rústica como um mero cone oco, e similares a escamas, no Estágio 1, onde há exemplares como o Allossauóides, mas se tornando cada vez mais elaboradas até que no Estágio 5, onde está o Arqueopterix, já são bastante parecidas com as penas das aves atuais.

Mas a capacidade sofistmática humana é ilimitada, e razão é meramente uma espada que pode ser usada para qualquer fim. Os criacionistas podem muito bem alegar a hipótese razoavelmente válida de que todas essas espécies estão isoladas umas das outras, tendo surgido separadamente num ato de criação Divina ou mediante Avançada Tecnologia Alienígena Extraterrestre.

Evidentemente, trata-se de uma hipótese não testável, que sempre poderá alegar a descontinuidade não importa quantas fases de transição possamos demonstrar. Esse mesmo argumento poderia alegar que as cores Vermelha e Amarela nada tem haver uma com a outra, sendo fenômenos descontínuos, enquanto outros dizem que elas fazem parte de um mesmo espectro originado da Luz Branca. Se então lhes mostrarmos como prova de que elas fazem parte do mesmo fenômeno, a existência da cor Alaranjada, ele simplesmente dirão que esta é apenas uma outra cor isolada, e se mostrarmos um Alaranjado Avermelhado, bem como um Amarelo Alaranjado, poderão alegar que são outras cores distintas.

Portanto, o argumento da Descontinuidade é um tipo de Tautologia, uma afirmação que se mostrará verdadeira em qualquer situação. Havendo evidências fósseis transicionais ou não, o Argumento funciona do mesmo jeito, havendo níveis de cor intermediário entre Vermelho e Amarelo ou não, não faz diferença.

Poderíamos mostrar um milhão de espécies intermediárias cronologicamente ordenadas entre o Euornithes, possivelmente a espécie transicional do Estágio 5 mais próxima de aves atuais, e um Tucano, que aliás é um tanto parecido. Mas não importa! Os Criacionistas simplesmente alegarão que são um milhão de espécies isoladas que não tem qualquer parentesco umas com as outras.

Não importa que mostremos que o DNA de cada uma dessas espécies é progressivamente similar. Eles podem alegar que espécies similares teriam DNAs similares porque Deus usou um padrão similar de criação, ainda que os DNAs compartilhem também falhas e lixo genético inúteis.

Não importa que mostremos um gradiente de mil cores entre o Vermelho e o Amarelo, como forma de demonstrar que todas fazem parte da mesma matriz de luz. Eles poderão alegar que são mil cores distintas que vêm de matrizes diferentes.

UM OVO DURO DE QUEBRAR

A máxima Criacionista de que jamais foram encontrados fósseis para confirmar a evolução é, SEM SOMBRA DE DÚVIDA, a mais gritante de todas as inverdades. Não só já foram achados inúmeros fósseis de espécies transicionais, como continua-se achando todos os meses, como as leituras de DNAs residuais ajudam a esclarecer a ligação entre essas espécies.

Mesmo assim os Criacionistas continuam a afirmar incansavelmente que jamais foram achados tais fósseis, é uma idéia fixa e insensível a qualquer argumento ou evidência. O motivo é até compreensível, pois cultivar essa ilusão é vital para eles.

A evidência fóssil é provavelmente a maior de todas as evidências da evolução, ela demonstra pouco a pouco os ramos perdidos da árvore evolutiva da vida, e fornece indicações de onde e como procurar novas pistas. Se dobrarmos a quantidade de evidências fósseis, o que é quase certo que irá ocorrer, é bem provável que a maior parte de todo o processo evolutivo ocorrido na Terra fique esclarecido. Com os avanços nos métodos de leitura do DNA, não demorará muito até conseguirmos traçar um desenho ainda mais preciso de como a vida se desenvolveu.

Mas nada disso irá mudar a opinião dos Criacionistas, eles estão encerrados numa visão de realidade determinada pela sua interpretação literal da Bíblia, recheada de apelos a eventos que não podem ser jamais verificados e que jamais deixaram vestígios. Vivem num mundo particular, restrito, e tão limitado quanto um Ovo, de couraça indestrutível a qualquer forma de evidência ou argumento.

Protegidos pela casca do argumento tautológico e infalseável da descontinuidade, eles podem viver tranquilos em seus domínios teológicos e quem sabe felizes em seu universo de poucos milhares de anos, na maioria dos casos, onde a própria história tem data marcada para terminar.

Quem quiser entretanto, pode sair de seu ovo, e descobrir um Universo muitíssimo maior, de bilhões de anos-luz de distância, com um futuro ilimitado pela frente, e abrindo as asas da mente, voar pelos ares do conhecimento e das possibilidades.

Palma - biodiesel


Palma

Palma oleaginosa:

Desde a época dos faraós egípcios, a quase 5000 anos, a palma oleaginosa tem sido uma importante fonte alimentícia para o gênero humano. O óleo chegou ao Egito vindo da África Ocidental, de onde se origina a Elaeis guineensis .

No começo do século XX, a palma oleaginosa foi introduzida na Malásia como uma planta ornamental e somente plantada comercialmente pela primeira vez em 1917, o que deu prigem à indústria de óleo de palma da Malásia, plantada em larga escala e surgiu como o óleo mais produtivo no mundo inteiro

No Brasil, chamada de “ palmeira do dendê “, foi introduzida pelos escravos no século XVI.

A Palma Maravilhosa

A palma é um cultivo perene. Começa a produzir frutos a partir de 3 anos, depois de semeada, tem uma vida economica entre 20 a 30 anos. Anualmente, cada hectare de palma pode render até 5 toneladas de óleo, ou seja 10 a 12 cachos de frutos, cada um pesando entre 20 a 30 kgs e cada cacho produs de 1000 a 3000 frutos. O que representa de 5 a 10 vezes mais que qualquer outro cultivo comercial de óleo vegetal.

A palma produz um rendimento em óleo de aproximadamente 3700 quiligramas/hectare, anualmente. Em comparação com os rendimentos do óleo de soja 389 kg/hectare e do óleo de amendoim 857 kg/hectare, estes dois últimos são muito baixos quando comparados com o óleo de palma.

Cultivo

As condições climáticas na malásia incluem um clima tropical com temperaturas que variam de 24 a 32º C bem distribuidos ao longo do ano, que é ensolarado com períodos chuvosos que é ideal para o cultivo da palma. Nas estufas, as sementes de palma são cuidadosamente selecionadas e germinadas sob condições controladas.

As áreas produtoras no Brasil são encontradas no Pará, Amazonas, Amapá e Bahia, sendo o Pará o maior produtor de óleo de palma do Brasil e onde se concentra mais de 80% da área plantada. Nessa região ocorre maior flutuação em energia solar, temperatura do ar, umidade atmosférica ( distribuição das chuvas ), que é o elemento climático de maior variação espacial e de maior repercussaõ na produtividade do dendê nesta região.

O cruzamento entre as esécies Dura fisifera ( DxP ), conhecida como Tenera, é comumente o mais plantado, As sementes germinadas são transferidas para sacos pláticos e crescem em estufa durante no período de 12 a 15 meses antes de ser transferida para o plantio no campo.

Como já mencionado anteriormente, as palmeiras começam a gerar frutos de 30 a 32 meses após o plantio no campo e continuará sendo economicamente produtiva por mais 20 ou 30 anos.

Os cachos de frutos maduros são colhidos em intervalos de 7 a 10 dias ao longo da vida ecônomica da palma. Pelça ordem, a maximização da taxa de extração de óleo assegura a qualidade do pádrão de colheita seja aplicado. Estes incluem, além da alteração cuidadosa em relação a maturidade dos frutos, até a implementação de colheitas circulares e a colheita dos frutos com a mínima contusão.

Forma da fruta
Tenera
Origem
África
Crescimento
50 - 70 cm/ano
Circunferência do tronco
355 cm
Cor da folha
Verde
Produção de folhagem
24 – 30 por ano
Altura da folhagem
6 – 8 m
Fruto maduro
Amarelo dourado / vermelho
Período de incubação
12 – 15 meses
Início da colheita
30 meses após o plantio no campo
Densidade da plantação
136-160 palmas por hectare
Número de cachos
12 cachos/ano
Frutos por cachos
1.000 – 3.000
Peso do cacho
20 – 30 kg
Tamanho e forma do fruto
5 cm - oval
Peso do fruto
10 grs
Núcleo do fruto
5 – 8 %
Mesocarpo por frutos
85 = 92%
Óleo por mesocarpo
20 – 50%
Oleo por cacho
25 – 28%
Produção de óleo
5 – 8 tons/hectare/ano

Processamento do Óleo de Palma e Palmiste

As extratoras de fruto de palma estão bem localizadas, estratégicamente próximas as plantações com o objetivo de facilitar o transporte dos frutos até a indústria de extração.

Vários processos operacionais são utlilizados para obter o produto acabado. O primeiro passo do processamento produz o óleo bruto, extraído do mesocarpo do fruto. Este, na sua segunda fase pode ser refinado ou também fracionado usando um processso de cristalização e separação simples onde são obtidas frações sólidas ( estearina ) e líquidas ( oleína ).

O desenvolvimento da agroindústria de palma tem sido significativamente marcante, principalmente na Malásia. No brasil as primeiras indústrias de extração de óleo de palma se estabeleceram no Estado da Bahia na década de 50. a organização da agroindústria ocorreu mais tarde, no início dos anos 70 no Pará, onde a partir daí identificaram o cultivo do dendezeiro como a grande fonte de óleo e gordura vegetal. O Pará possui um parque industrial composto por 10 empresas, sendo este o maior produtor brasileiro, reponsável por mais ou menos 85% do tatal do óleo de palma produzido no Brasil. Seguindo, podemos citar em ordem decrescente o Amapá, a Bahia e o Amazonas.

Descreveremos agora o processo industrial dos cachos de frutos frescos para a produção de palma e palmiste, mencionando os produtos obtidos na extração, refino e fracionamento.

Podemos extrair os seguintes produtos :
Óleo de palma bruto : 20%
Óleo de palmiste : 1,5%
Torta de palmiste : 3,5%
Cachos vazios : 22%
Fibras : 12%
Cascas : 5%
Efluentes líquidos : 50%

Processamento

Os frutos colhidos no campo são transportados em caminhões e pesados na entrada da fábrica. Após, são tranferidos para a rampa ou moega de recebimento onde são tranferidos para os carros “ trolleys “ através de uma via de trilhos direto para o esterilizador.

Os frutos são cozidos a uma temperatura de mais ou menos 135ºC sob pressão de 2 a 3 kg/cm2, por aproximadamente uma hora.

Após esterelizados e cozidos os frutos passam pelo debulhador, onde ocorre a separação dos cahos e frutos.

Os frutos são prensados mecanicamente por uma prensa contínua para a retirada do óleo do mesocarpo carnoso. O óleo cru obtido na prensagem é tranferido para o desaerador, onde são retiradas as particulas pesadas, e depois clarificado e purificado para a remoçaõ de umidade, sujeira e outras impurezas.

As fibras e impurezas retidas na peneira voltam para a prensagem e o óleo bruto é transferido para o tanque de decantação através de bomba centrífuga. Neste tanque ocorre a separação do óleo e da borra. O óleo é tranferido apar o tanque de armazenagem. A borra é processada na centrífuga e tranferida para o decantador secundário, onde após separação do óleo é tranferida para lagoas. Todo o óleo separado da borra volta para o tanque de decanração.

A torta resultante deste primeiro processo de prensagem é processada no tranportador onde ocorre a secagem da fibra. A fibra seca é utilizada como combustível na caldeira a vapor. As nozes são polidas para retirada do resíduo das fibras.

A seguir são tranferidas para o moinho quebrador. As amêndoas são separadas das cascas. As cascas são destinadas para combustível ou matéria prima para carvão ativado. As amendoas são armazenadas para posterior beneficiamento.

As amendoas do fruto da palma são quebradas, a seguir são laminadas. A pasta produzida na laminação é cozida e prensada. O óleo bruto é filtrado no filtro prensa e a seguir transferido para o tanque de armazenagem, extraído mecanicamente ou por solvente. A torta é retirada do filtro prensa e armazenada em sacos.

Processamento de Refino Físico

O processo clássico de refino fisico continuo do óleo de palma, compreende três seções:

- Pré-Tratamento ácido

O óleo bruto é bombeado, com a vazão indicada pelo fluxômetro, passando pelo trocador de calor de placas, onde é aquecido com vapor de baixa pressão. O óleo aquecido recebe ácido fosfórico alimentado através de bomba dosadora e a mistura passa por um misturador de disco e um tanque de reação. Após o tempo de contato, a mistura é bombeada para o desaerador, onde o óleo é secado, desaerado e tem a temperatura controlada adequadamente ao processo de branqueamente.

- Branqueamento

O vaso branqueador é abastecido através de um extravasor interligado ao desaerador. Um silo de terra de branqueamento, equipado com dosador automático, dosa a terra de branquemento ao óleo. O vaso branqueador é dimensionado para dar o tempo de residência e a agitação adequada, de modo a promover o contato ideal do óleo com a terra de branqueamento. A mistura é então bombeada para um dos filtros hermeticos de folhas filtrantes verticais, onde a terra de branqueamento é removida. Finalmente, o óleo branqueado passa por um dos filtros de polimento, sendo descarregado em um tanque pulmão. O branqueamento do óleo é fito sob vácuo de 50 torr, gerado por um conjunto de ejetores/ condensadores, acionados por vapor.

- Destilação

O óleo a ser destilado é bombeado do tanque pulmão, através de um trocador de calor de placas, onde é aquecido com vapor de baixa pressão. O óleo aquecido é pulverizado em uma cãmara de desaeração. Em seguida é bombeado através de um trocador regenerativo de calor, onde troca calor com o óleo que sai. Em outro trocador, é aquecido com fluído térmico ou vapor saturado de alta pressão, até a temperatura de destilação/desodorização.

O destilador/desodorizador, submetido a vácuo de 3 torr, possui sistemas de bandejas internas, onde o óleo percorre um labirinto, com injeção direta de vapor. Do destilador/desodorizador, o óleo é bombeado através do trocador regenerativo, onde aquece o óleo a ser destilado, e em seguida, em outro trocador é resfriado com agua.

O óleo refinado, já frio, recebe uma dosagem de antioxidante, através de uma bomba dosadora e é homogeneizado no fluxo de óleo, através de um misturador estático, passando, em seguida, por um dos filtros de polimento final. Eventuais respingos de óleo do destilador/desodorizador são coletados em um tanque, para posterior reprocessamento. Os acidos graxos destilados são condensados em um lavador de gases, através de um fluxo de óleo ácido que é bombeado em circuito fechado, passando por uma troca de calor.

Fracionamento do Óleo de Palma

Por sua versátil composição em acidos graxos e triglicerídeos, o óleo de palma, presta-se através de processamento, para a aprodução de uma grande variedades de produtos. O fracionamento tira proveito das características do óleo de palma quando da fusão de triglicerídeos, produzindo oleina de palma e frações de estearinas sólidas. Mais adiante, os processos de fracionamento resultam no comumente usado “ double oilein “ de palma fracionada ( liquida ) ou fração intermediária da palma, utilizada principalmente em gorduras de confeitaria industrial.

O processo de fracionamento desenvolve-se de modo descontínuo, por bateladas. A quantidade de óleo a ser fracionada é pré determinada no medidor. O óleo é transferido para tanques para obter melhor rendimento térmico, pois a temperatura é controlada automaticamente.

Nos tanques de resfriamento a temperatura é controlada e ajustada de acordo com o resultado do fracionamento que se deseja obter. Os tanques de resfriamento são equipados com agitador de baixa rotação, cuja função é melhorar a eficiência de troca térmica, não permitir a precipitação a precipitação de eventual auxiliar filtrante e proporcionar uma destribuição homogênea dos cristais de estearina no volume total do tanque.

Dos tanques de resfriamento, o óleo é transferido através de uma bomba para o filtro, onde os cristais de estearina são retidos, liberando a oleína filtrada.

A oleína filtrada é bombardeada para tanques de armazenamento e a estearina é aquecida e também bombardeada para outros tanques de armazenamento.

Armazenamento e manuseio dos Óleos

Sendo utilizados principalmente para a indústria de alimentos, o óleo de palma e palmiste devem ter manuseios e armazenagem adequados para que não haja qualquer alteração na qualidade e propriedades do produto na entrega ao consumidor.

A garantia de qualidade é fundamental, pois esta sempre vinculada ao contrato de compra e venda.

O sistema atual de armazenagem é de multiplos tanques cilíndricos verticais, cujas dimensóes são determinadas por critério de projeto e o principal parâmetro é o custo da construção.

É recomendável que tenha vários tanques de capacidade média, ao invés de um único tanque com grande capacidade. Todos os tanques devem ter sistema de aquecimento para facilitar e permitir o manuseio adequado do produto.

A capacidade máxima recomendada para armazenamento é a seguinte :
Produto Capacidade máx. / Ton
Óleo bruto 3.000 ton
Óleo efinado 3.000 ton
Oleina 3.000 ton
Estearina 1.000 ton

O material adequado para a construção dos tanques é o aço carbono laminado para o óleo bruto e o aço inoxidável para o óleo refinado e frações. Acessórios de cobre, latão e bronze não são recomendados para partes em contato com o produto. Usualmente os tanques para estocagem de produto refinado são fabricados em aço carbono, com revestimento interno em Epoxi.

Para manter as características do produto e facilitar o manuseio as temperaturas mínimas e máximas em ºC para enchimento e esvaziamento do tanque são a seguinte:

Produto Mínima Máxima
Óleo de palma bruto 50 55
Óleo de palma refinado 50 55
Estearina 55 – 60 65 – 70
Oleina 30 55
Fração intermediária 40 45
Óleo de palmiste 30 35
Oleina de palmiste 30 35
Estearina de palmiste 40 45

Temperatura mínima e máxima em ºC recomendada para armazenamento e transporte:

Produto Mínima Máxima
Óleo de palma 32 40
Estearina 40 45
Oleina 25 30
Fração intermediária 35 40
Óleo de palmiste 30 35
Oleina de palmiste 25 30
Estearina de palmiste 35 40

Via Direta

Substituto do diesel – Pesquisas recente mostram que o óleo de palma bruto pode ser usado diretamente como combustível para acionar carros com motores adaptados. Foi constatado que a fumaça de escapamento produzida pelos motores com óleo de palma bruto era mais limpa que a dos motores com diesel.

Lubrificante de perfuração – Uso como lubrificantes de perfuração contínua faz com que este se difunda quando formações de rochas mais duras são perfuradas. Não contém compostos aromáticos e ser atóxico, possui pontos de ignição e anilina superiores a 65ºC, tornando o mesmo adequado como base em lamas de perfuração.

Sabões – São uma mistura de sais sódicos de ácidos graxos, que podem ser derivados de óleos e gorduras pela sua reação com soda cáustica a 80º - 100º no processo conhecido como saponificação. O óleo de palmiste e a estearina de palma são os mais utilizados no processo de produção.

Óleo Epoxidado ( EPOP ) - Podem ser produzidos pela reação do óleo de palma, estearina de palma ou oleína de palma com perácidos. EPOP são usados como plastificadores, estabilizantes para plástico e cloreto de polivinila PVC.

Via Oleoquimica
Ácidos graxos – MCT, Borracha, Velas, Cosméticos, Sabões, Sabões Metálicos
Estéres graxos – Cosméticos, Sabões, SME, Diesel, Agroquímicos
Álcoois graxos – FAS, FAE, FAES
Compostos graxos de nitrogênio – Imidazolinas, Ésteres quaternários
Glicerol – MG & DG