segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Sistema Respiratório

SISTEMA RESPIRATÓRIO:


O sistema respiratório humano compõe-se dos seguintes segmentos:
Nariz - Fossas Nasais – Faringe – Laringe – Traquéia – Brônquios, Bronquíolos e Alvéolos – Pulmões

O nariz recebe o ar inspirado através das narinas, que o conduzem ao vestíbulo do nariz. A parte inferior do vestíbulo contém pelos que servem para reter as maiores partículas que podem entrar no sistema respiratório durante a inspiração. A ponte do nariz é formada pelos ossos nasais. O restante consiste de placas de cartilagem mantidas juntas por tecido conjuntivo. Para formar o septo do nariz uma das cartilagens articula-se superiormente com os ossos nasais, inferiormente com o vômer, e com as maxilas e posteriormente com o osso etmóide. O septo do nariz divide a cavidade do nariz em câmaras direita e esquerda. O assoalho da cavidade do nariz é formado pelo palato duro – ósseo e mais posteriormente pelo palato mole – muscular. O palato separa a cavidade do nariz da cavidade da boca.

As fossas nasais são dois condutos razoavelmente estreitos que correm paralelamente pelo interior do nariz. São espaços aéreos localizados nos ossos frontal, maxilar, etmóide e esfenóide. Todavia, nas suas porções mais profundas, no interior dos ossos da face, abrem-se em amplas cavidades que vão convergir na nasofaringe. As aberturas internas das fossas nasais na nasofaringe recebem o nome de coanas. Os ductos nasolacrimais, que drenam fluidos (lágrimas) da superfície dos olhos, também drenam nas cavidades do nariz. As fossas nasais são revestidas internamente por uma mucosa de tecido epitelial, que contém numerosas glândulas mucosas. A parte da mucosa localizada no alto da cavidade do nariz, é um epitélio especializado chamado epitélio olfatório. Esta região é suprida pelo nervo olfatório que atravessa o osso etmóide para alcançar o cérebro. Embora o epitélio olfatório seja sensível aos odores, ele não se encontra diretamente no caminho do ar, por isso é preciso aspirar o ar mais intensamente para detectar o cheiro.

A faringe é o único órgão que faz parte ao mesmo tempo do sistema digestório e do sistema respiratório, pois por ela passam alimentos e o ar inspirado e expirado. A faringe é dividida em três partes: parte nasal (nasofaringe), parte bucal (bucofaringe) e parte laríngea (laringofaringe).
Nasofaringe – está localizada atrás da cavidade do nariz e é contínua com ela através
das coanas. A membrana mucosa da nasofaringe, tal como a da cavidade do nariz, é formada de tecido epitelial. Nas suas paredes laterais, a nasofaringe recebe as tubas auditivas que conectam a nasofaringe com a cavidade do ouvido médio. Na parte posterior está a grande tonsila faríngea. Quando estas tonsilas tornam-se aumentadas como resposta a uma infecção são chamadas adenóides. O palato mole e a úvula formam o assoalho da nasofaringe.




Bucofaringe – A bucofaringe é a continuação da nasofaringe, estendendo-se desde o palato mole até o começo da laringofaringe. Comunica-se com a cavidade da boca através das fauces. A bucofaringe, por isso, recebe alimento da cavidade da boca e ar da nasofaringe. Durante o exercício, o ar também pode entrar na bucofaringe pela boca, aumentando a taxa de ventilação pulmonar. A membrana mucosa que reveste a bucofaringe é formada por tecido epitelial, do tipo encontrado na cavidade da boca e na porção superior do tracto digestivo. Este tipo de epitélio serve para proteger a região de alimentos abrasivos, qundo da deglutição. Nas paredes laterais estão duas tonsilas palatinas (amígdalas). Infiltrada na base da língua encontra-se a tonsila lingual. As tonsilas são formadas por tecido linfóide e por isso mesmo fazem parte do sistema imunitário do corpo.
Laringofaringe – A laringofaringe estende-se desde a bucofaringe, acima, até o esôfago, abaixo. Comunica-se anteriormente com a laringe. Como a bucofaringe, a laringofaringe serve como passagem de alimento e ar.


A laringe conecta a laringofaringe com a traquéia, situada abaixo dela. O ar que vai para os pulmões ou deles é proveniente passa através da laringe. Qualquer substância sólida que entre na laringe, como alimento, é geralmente expelida por tosse violenta. A laringe forma a proeminência laríngea (Pomo de Adão) na face anterior do pescoço. Essa proeminência é visível nos homens logo após a puberdade, quando a laringe torna-se maior que nas mulheres. A laringe é formada por nove cartilagens - três ímpares e três pares. Essas cartilagens são mantidas juntas e unidas ao osso hióide acima e à traquéia abaixo, por ligamentos e músculos. A cartilagem tireóidea é a maior das cartilagens ímpares. Ela é formada por duas placas achatadas, produzindo a proeminência laríngea. As placas permanecem separadas posteriormente, deixando uma ampla abertura na laringofaringe. Logo abaixo da cartilagem tireóidea está a cartilagem cricóidea, em forma de anel, que está ancorada na cartilagem tireóidea acima e na traquéia abaixo. A região posterior da cartilagem cricóidea é mais larga que a região anterior. A terceira cartilagem ímpar, com forma de folha, é a epiglote. Durante a deglutição, a laringe é puxada para cima, encostando-se na epiglote que tende a desviar sólidos e fluidos para longe da abertura da laringe em direção ao esôfago. As cartilagens aritenóideas são as mais importantes das cartilagens pares. Cada cartilagem aritenóidea tem a forma de uma pequena pirâmide e se localiza na borda súpero-posterior da cartilagem cricóidea. A extremidade posterior das cordas vocais fixa-se nas cartilagens aritenóideas, e o movimento das cartilagens é responsável pela variação de tensão das cordas ou pregas vocais. As outras cartilagens pares, cuneiformes e corniculadas, são pequenas e muito relacionadas com as cartilagens aritenóideas. A mucosa, perto da entrada da laringe, forma dois pares de pregas horizontais que se estendem uma de cada lado, desde a cartilagem tireóidea até a cartilagem aritenóidea. O par superior de pregas é chamado de pregas vestibulares (falsas cordas vocais). O par inferior é chamado de pregas vocais (cordas vocais verdadeiras). A abertura entre as pregas vocais através da qual o ar entra na laringe é a glote.




A traquéia é um canal delimitado em toda a sua extensão por anéis cartilaginosos, que impedem a sua deformação ou o seu acotovelamento, por algum movimento indevido do corpo, o que dificultaria o acesso do ar aos pulmões. Na sua parte de baixo, a traquéia se bifurca (carina) e origina os brônquios direito e esquerdo. Quando a passagem do ar pelas partes aéreas superiores é impedida, pode-se criar algumas vezes um caminho direto para o ar na traquéia, cirurgicamente, através da parede anterior do pescoço, entre o segundo e o terceiro anéis cartilaginosos. Este procedimento é chamado traqueostomia. A traquéia é revestida por uma membrana mucosa de tecido epitelial ciliado que contém inúmeras glândulas mucosas. Como os cílios se movem para cima, eles tendem a carregar partículas estranas e excessiva secreção mucosa para fora, desde os pulmões até a faringe, onde eles são deglutidos.

Os brônquios, direito e esquerdo, penetram nos seus respectivos pulmões e vão se ramificando, originando os bronquíolos que também se ramificam, dando bronquíolos cada vez mais finos, até os bronquíolos terminais. Os bronquíolos terminais se abrem em cachos de alvéolos. Cada alvéolo é uma minúscula cavidade delimitada por uma fina camada de tecido epitelial, ao redor da qual correm numerosamente os capilares sanguíneos. Frequentemente, diversos alvéolos abrem-se numa câmara comum chamada saco alveolar. A árvore brônquica é revestida por tecido epitelial ciliado. Entretanto, nos bronquíolos respiratórios o epitélio perde os cílios. A quantidade saco alveolares e o sistema de tubos brônquicos através dos quais o ar passa para atingir os alvéolos dá aos pulmões a sua textura esponjosa.

Os pulmões são dois, um direito e outro esquerdo, e estão situados no interior da cavidade torácica. Têm a forma semelhante a de um cone, com o ápice pontiagudo de cada um sobrepondo o estreito espaço do alto da cavidade torácica, atrás da clavícula. A base de cada pulmão é larga e côncava e descansa sobre a superfície convexa do diafragma. Uma depressão chamada hilo é encontrada na face mediastinal do pulmão. O hilo é a região onde as etruturas que formam a raiz do pulmão (o pedículo) – isto é, os brônquios, vasos sanguíneos, linfáticos e nervos – entram ou saem do pulmão. A face costal, que se posiciona contra as costelas é arredondada seguindo a curvatura das costelas. O pulmão esquerdo apresenta uma concavidade para o coração, chamada incisura cardíaca, na sua face mediastinal. Cada pulmão é dividido em lobos superior e inferior por uma fissura oblíqua. O pulmão direito é ainda dividido por uma fissura horizontal que delimita um lobo médio. Assim, o pulmão direito tem três lobos, enquanto o esquerdo tem dois. Além desses cinco lobos, que são visíveis externamente, cada pulmão é subdivido por tabiques de tecido conjuntivo em unidades menores chamadas segmentos broncopulmonares suprida por um brônquio específico. O lobo superior do pulmão direito três segmentos; o lobo médio tem dois; o lobo inferior tem cinco. No pulmão esquerdo, tanto o lobo superior como o inferior tem cinco segmentos cada um, embora alguns deles não estejam distintamente separados. Os dois pulmões são separados por um espaço chamado mediastino. Importantes estruturas estão localizadas no mediastino, incluindo o coração, a aorta, as veias cavas, os vasos pulmonares, o esôfago, parte da traquéia e dos brônquios, e o timo. Depois de circular pela
vias respiratórias o ar inspirado penetra nos alvéolos pulmonares. Nos alvéolos o oxigênio atravessa as membranas alveolar e capilar, passando às hemácias e fixa-se em suas
hemoglobinas. O dióxido de carbono segue o trajeto inverso, e é expulso na expiração.




Pleuras – São dois folhetos serosos que envolvem os pulmões. Existe uma pleura visceral que recobre a superfície pulmonar e uma pleura parietal que corresponde às paredes da caixa torácica. Os folhetos estão em contato íntimo, mas existe um espaço entre eles, o espaço pleural, preenchido pelo fluido pleural. Este é secretado pela pleura, e age como lubrificante para reduzir o atrito entre as duas camadas durante os movimentos respiratórios. Facilitam o deslizamento dos pulmões sobre as paredes da caixa torácica.

Vascularização do pulmão – Existem dois circuitos com funções diferentes. As artérias pulmonares conduzem o sangue venoso desde o coração, proveniente do ventrículo direito, e acompanham os brônquios até a rede capilar dos alvéolos. As veias pulmonares recolhem o sangue oxigenado nos alvéolos e conduzem-no ao átrio esquerdo. As artérias brônquicas são os vasos nutritivos, existindo um para cada pulmão. O sangue venoso é recolhido pelas veias brônquicas que terminam na veia ázigos.


O MECANISMO DA RESPIRAÇÃO

O ar, cheio de oxigênio, penetra pelas fossas nasais (frequentemente também é aspirado pela boca), percorre a faringe, passa pela glote, atinge a laringe, flui pela traquéia em direção aos brônquios, percorre-os e penetra nos bronquíolos, já na estrutura dos pulmões.
Ao nível dos alvéolos pulmonares, em função da diferença de tensão parcial dos gases (oxigênio e dióxido de carbono), ocorrem as trocas gasosas entre o sangue (contido nos vasos que circundam os alvéolos) e o ar inspirado, que está preenchendo as cavidades alveolares. Essa troca de gases recebe o nome de hematose. O oxigênio passa do meio intra-alveolar para o sangue, enquanto o dióxido de carbono, seguindo sentido contrário, passa do sangue para o interior dos alvéolos. Os pulmões não possuem movimentos próprios. Eles se contraem ou se distendem porque são altamente elásticos e acompanham simplesmente as diminuições ou os aumentos de diâmetro da caixa torácica. As variações
de diâmetro da caixa torácica são promovidas por dois mecanismos: as contrações e distensões do diafragma e as contrações e relaxamentos dos músculos intercostais.
Quando o diafragma se contrai, ele retrai a sua cúpula, que fica mais ou menos horizontal, aumentando, assim, o diâmetro vertical da cavidade intratorácica. Quando ele se relaxa, a pressão das vísceras abdominais o empurra para cima, levando a cúpula diafragmática a comprimir os pulmões. A contração dos músculos intercostais provoca uma maior aproximação das costelas e o levantamento de todo o gradial costal. Como normalmente as costelas ficam um tanto caídas, o levantamento de todo o conjunto delas determina um aumento do diâmetro ântero-posterior da cavidade intra-torácica. Quando há o relaxamento dessa musculatura, as costelas voltam a se aproximar e inclinar para baixo. Assim, o volume intra-torácico diminui. Cada vez que a cavidade intra-torácica aumenta, ela condiciona uma espécie de “vácuo” que se faz preencher pelos pulmões. Por serem elásticos, eles se abrem como “foles”, aspirando o ar do exterior. Na realidade, o que acontece é que a pressão intra-torácica fica menor do que a pressão atmosférica. E, por isso, o ar de fora invade os pulmões. Quando o volume do interior do tórax diminui, a pressão intra-torácica fica maior do que a pressão atmosférica e, por consequência, o ar é expelido. Assim se processam a inspiração e a expiração.

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