terça-feira, 13 de outubro de 2009

Pedro , devolve o chope


O brasileiro exagera
Enviado por Gazeta de Ribeirão
31-Mai-2009
O porre que faz mal. Crescimento do consumo de bebidas alcoólicas é maior entre as mulheres jovens, diz pesquisa
Os brasileiros têm exagerado na dose de bebida alcoólica, sobretudo em ocasiões específicas como baladas e afins
— hábito denominado por especialistas de binge drinking, termo semelhante ao “porre” mas que
denota maior prejuízo à saúde. Segundo pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por
Inquérito Telefônico (Vigitel), encomendada pelo Ministério da Saúde, o percentual de pessoas que bebem de forma
episódica e abusiva — algo que corresponde a mais de quatro doses de álcool para mulheres e mais de cinco
para homens em mesma ocasião, festa ou evento — saltou de 16,1% em 2006 para 19% em 2008. Os homens
seguem firmes na liderança do volume de “garrafas abertas” — em média, um em cada três bebe
além da conta —, mas as mulheres não ficam muito atrás. Em 2008, 10,5% da ala feminina disseram ter
exagerado no consumo alcoólico, índice que em 2006 era de 8,1%. Entre os jovens, o exagero é maior: a pesquisa
aponta que 30% dos homens e 10% das mulheres entre 18 e 44 anos bebem de forma abusiva. “A pressão
sóciocultural, em termos de aceitação, é muito maior hoje que há alguns anos, principalmente entre os
universitários”, pondera o psiquiatra e professor da Faculdade de Medicina da PUC-Campinas Elson da Silva
Lima. Por conta disso, mulheres independentes e solteiras antes avessas à bebedeira, hoje não relutam tanto quanto
antes ao pedir mais um drinque ao garçom naquele happy hour da empresa. Na opinião da comerciária Fernanda Alves
Maia, que já viveu sua fase de sair e tomar cerveja diariamente, os hábitos mudam quando os filhos chegam.
“Hoje, bebo de vez em quando e com muita moderação porque sou mãe e tenho novas responsabilidades. Mas
essa meninada que lota os barzinhos às vezes bebe mesmo descontroladamente”, conta ela enquanto degusta o
segundo e último chope da noite num jantar entre amigos. A coordenadora de eventos Thais Vicentin também não
costuma pedir a terceira tulipa em eventos sociais e que só “abusa um pouquinho” quando está prestes a
cair na balada — por conta dos preços dos drinques, prefere consumir energético e água na boate. “A
gente faz o famoso esquenta na casa de um amigo antes de sair”, diz ela. TOLERÂNCIA O psiquiatra Elson da
Silva Lima explica que as mulheres e os povos asiáticos são, naturalmente mais intolerantes ao álcool por conta da
menor produção, pelo fígado, de duas enzimas que agem sequencialmente no metabolismo: a álcool desidrogenase
(ADH), que converte o álcool em acetaldeído, e a aldeído desidrogenase (ALDH), que o converte em acetato,
metabolizado pelos tecidos externos ao órgão. “Os dados do relatório da Vigitel soam preocupantes porque
revelam que, ao contrário dos europeus, que mantém um padrão moderado de consumo, os brasileiros praticam o
beber de alto risco. Ou seja, toda vez que saem, bebem bastante e praticam o chamado binge drinking. Assim, cultivam
também uma série de outros problemas, como acidentes de todo tipo, exposição ao sexo não seguro e mesmo a
dependência alcoólica”, alerta o psiquiatra. É claro que eles estão a fim Os primeiros versos da letra de Mais
Uma Dose, de Cazuza, se encaixam bem no perfil do administrador de empresas Júlio Silva, de 21 anos, sobretudo
quando rola aquele churrasquinho entre amigos, no final de semana. “Eu e cinco amigos chegamos a consumir
40 litros de chope num final de semana, um exagero a ser repensado. Mas confesso que gosto de sair para relaxar
depois do trabalho, algo que rola umas três vezes por semana. Tomo cerca de quatro chopes nesses casos”,
conta ele. E quem dirige depois do happy hour, em tempos de lei seca? No caso de Silva e seus amigos, o esquema
do “careta da rodada” (amigo que fica à base de guaraná enquanto a galera toma suas doses) ainda não
pegou. “Nunca me aconteceu nada ao volante porque espero o efeito do álcool passar e redobro o cuidado no
volante. E se não estou em condições, chamo um táxi”, diz o empresário Bruno Murdian. Já o estudante Pablo
Bardari diz que seu fígado aderiu à onda “total flex” há tempos. “Vou de vodca, cerveja, chope e
sempre volto de carona para casa”, descontrai ele. De acordo com o relatório da Vigitel, depois da adoção da Lei
Seca (Lei 11.705/2008, que alterou o Código de Trânsito Brasileiro), o número de pessoas que costumava beber
abusivamente e dirigir caiu de 2% para 1,5%.
Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro
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