terça-feira, 26 de abril de 2011

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Sistema Respiratório


SISTEMA RESPIRATÓRIO:

O sistema respiratório humano compõe-se dos seguintes segmentos:

Nariz - Fossas Nasais – Faringe – Laringe – Traquéia – Brônquios, Bronquíolos e Alvéolos – Pulmões

O nariz recebe o ar inspirado através das narinas, que o conduzem ao vestíbulo do nariz. A parte inferior do vestíbulo contém pelos que servem para reter as maiores partículas que podem entrar no sistema respiratório durante a inspiração. A ponte do nariz é formada pelos ossos nasais. O restante consiste de placas de cartilagem mantidas juntas por tecido conjuntivo. Para formar o septo do nariz uma das cartilagens articula-se superiormente com os ossos nasais, inferiormente com o vômer, e com as maxilas e posteriormente com o osso etmóide. O septo do nariz divide a cavidade do nariz em câmaras direita e esquerda. O assoalho da cavidade do nariz é formado pelo palato duro – ósseo e mais posteriormente pelo palato mole – muscular. O palato separa a cavidade do nariz da cavidade da boca.

As fossas nasais são dois condutos razoavelmente estreitos que correm paralelamente pelo interior do nariz. São espaços aéreos localizados nos ossos frontal, maxilar, etmóide e esfenóide. Todavia, nas suas porções mais profundas, no interior dos ossos da face, abrem-se em amplas cavidades que vão convergir na nasofaringe. As aberturas internas das fossas nasais na nasofaringe recebem o nome de coanas. Os ductos nasolacrimais, que drenam fluidos (lágrimas) da superfície dos olhos, também drenam nas cavidades do nariz. As fossas nasais são revestidas internamente por uma mucosa de tecido epitelial, que contém numerosas glândulas mucosas. A parte da mucosa localizada no alto da cavidade do nariz, é um epitélio especializado chamado epitélio olfatório. Esta região é suprida pelo nervo olfatório que atravessa o osso etmóide para alcançar o cérebro. Embora o epitélio olfatório seja sensível aos odores, ele não se encontra diretamente no caminho do ar, por isso é preciso aspirar o ar mais intensamente para detectar o cheiro.

A faringe é o único órgão que faz parte ao mesmo tempo do sistema digestório e do sistema respiratório, pois por ela passam alimentos e o ar inspirado e expirado. A faringe é dividida em três partes: parte nasal (nasofaringe), parte bucal (bucofaringe) e parte laríngea (laringofaringe).

- Nasofaringe – está localizada atrás da cavidade do nariz e é contínua com ela através

das coanas. A membrana mucosa da nasofaringe, tal como a da cavidade do nariz, é formada de tecido epitelial. Nas suas paredes laterais, a nasofaringe recebe as tubas auditivas que conectam a nasofaringe com a cavidade do ouvido médio. Na parte posterior está a grande tonsila faríngea. Quando estas tonsilas tornam-se aumentadas como resposta a uma infecção são chamadas adenóides. O palato mole e a úvula formam o assoalho da nasofaringe.

- Bucofaringe – A bucofaringe é a continuação da nasofaringe, estendendo-se desde o palato mole até o começo da laringofaringe. Comunica-se com a cavidade da boca através das fauces. A bucofaringe, por isso, recebe alimento da cavidade da boca e ar da nasofaringe. Durante o exercício, o ar também pode entrar na bucofaringe pela boca, aumentando a taxa de ventilação pulmonar. A membrana mucosa que reveste a bucofaringe é formada por tecido epitelial, do tipo encontrado na cavidade da boca e na porção superior do tracto digestivo. Este tipo de epitélio serve para proteger a região de alimentos abrasivos, qundo da deglutição. Nas paredes laterais estão duas tonsilas palatinas (amígdalas). Infiltrada na base da língua encontra-se a tonsila lingual. As tonsilas são formadas por tecido linfóide e por isso mesmo fazem parte do sistema imunitário do corpo.

- Laringofaringe – A laringofaringe estende-se desde a bucofaringe, acima, até o esôfago, abaixo. Comunica-se anteriormente com a laringe. Como a bucofaringe, a laringofaringe serve como passagem de alimento e ar.

A laringe conecta a laringofaringe com a traquéia, situada abaixo dela. O ar que vai para os pulmões ou deles é proveniente passa através da laringe. Qualquer substância sólida que entre na laringe, como alimento, é geralmente expelida por tosse violenta. A laringe forma a proeminência laríngea (Pomo de Adão) na face anterior do pescoço. Essa proeminência é visível nos homens logo após a puberdade, quando a laringe torna-se maior que nas mulheres. A laringe é formada por nove cartilagens - três ímpares e três pares. Essas cartilagens são mantidas juntas e unidas ao osso hióide acima e à traquéia abaixo, por ligamentos e músculos. A cartilagem tireóidea é a maior das cartilagens ímpares. Ela é formada por duas placas achatadas, produzindo a proeminência laríngea. As placas permanecem separadas posteriormente, deixando uma ampla abertura na laringofaringe. Logo abaixo da cartilagem tireóidea está a cartilagem cricóidea, em forma de anel, que está ancorada na cartilagem tireóidea acima e na traquéia abaixo. A região posterior da cartilagem cricóidea é mais larga que a região anterior. A terceira cartilagem ímpar, com forma de folha, é a epiglote. Durante a deglutição, a laringe é puxada para cima, encostando-se na epiglote que tende a desviar sólidos e fluidos para longe da abertura da laringe em direção ao esôfago. As cartilagens aritenóideas são as mais importantes das cartilagens pares. Cada cartilagem aritenóidea tem a forma de uma pequena pirâmide e se localiza na borda súpero-posterior da cartilagem cricóidea. A extremidade posterior das cordas vocais fixa-se nas cartilagens aritenóideas, e o movimento das cartilagens é responsável pela variação de tensão das cordas ou pregas vocais. As outras cartilagens pares, cuneiformes e corniculadas, são pequenas e muito relacionadas com as cartilagens aritenóideas. A mucosa, perto da entrada da laringe, forma dois pares de pregas horizontais que se estendem uma de cada lado, desde a cartilagem tireóidea até a cartilagem aritenóidea. O par superior de pregas é chamado de pregas vestibulares (falsas cordas vocais). O par inferior é chamado de pregas vocais (cordas vocais verdadeiras). A abertura entre as pregas vocais através da qual o ar entra na laringe é a glote.

A traquéia é um canal delimitado em toda a sua extensão por anéis cartilaginosos, que impedem a sua deformação ou o seu acotovelamento, por algum movimento indevido do corpo, o que dificultaria o acesso do ar aos pulmões. Na sua parte de baixo, a traquéia se bifurca (carina) e origina os brônquios direito e esquerdo. Quando a passagem do ar pelas partes aéreas superiores é impedida, pode-se criar algumas vezes um caminho direto para o ar na traquéia, cirurgicamente, através da parede anterior do pescoço, entre o segundo e o terceiro anéis cartilaginosos. Este procedimento é chamado traqueostomia. A traquéia é revestida por uma membrana mucosa de tecido epitelial ciliado que contém inúmeras glândulas mucosas. Como os cílios se movem para cima, eles tendem a carregar partículas estranas e excessiva secreção mucosa para fora, desde os pulmões até a faringe, onde eles são deglutidos.

Os brônquios, direito e esquerdo, penetram nos seus respectivos pulmões e vão se ramificando, originando os bronquíolos que também se ramificam, dando bronquíolos cada vez mais finos, até os bronquíolos terminais. Os bronquíolos terminais se abrem em cachos de alvéolos. Cada alvéolo é uma minúscula cavidade delimitada por uma fina camada de tecido epitelial, ao redor da qual correm numerosamente os capilares sanguíneos. Frequentemente, diversos alvéolos abrem-se numa câmara comum chamada saco alveolar. A árvore brônquica é revestida por tecido epitelial ciliado. Entretanto, nos bronquíolos respiratórios o epitélio perde os cílios. A quantidade saco alveolares e o sistema de tubos brônquicos através dos quais o ar passa para atingir os alvéolos dá aos pulmões a sua textura esponjosa.

Os pulmões são dois, um direito e outro esquerdo, e estão situados no interior da cavidade torácica. Têm a forma semelhante a de um cone, com o ápice pontiagudo de cada um sobrepondo o estreito espaço do alto da cavidade torácica, atrás da clavícula. A base de cada pulmão é larga e côncava e descansa sobre a superfície convexa do diafragma. Uma depressão chamada hilo é encontrada na face mediastinal do pulmão. O hilo é a região onde as etruturas que formam a raiz do pulmão (o pedículo) – isto é, os brônquios, vasos sanguíneos, linfáticos e nervos – entram ou saem do pulmão. A face costal, que se posiciona contra as costelas é arredondada seguindo a curvatura das costelas. O pulmão esquerdo apresenta uma concavidade para o coração, chamada incisura cardíaca, na sua face mediastinal. Cada pulmão é dividido em lobos superior e inferior por uma fissura oblíqua. O pulmão direito é ainda dividido por uma fissura horizontal que delimita um lobo médio. Assim, o pulmão direito tem três lobos, enquanto o esquerdo tem dois. Além desses cinco lobos, que são visíveis externamente, cada pulmão é subdivido por tabiques de tecido conjuntivo em unidades menores chamadas segmentos broncopulmonares suprida por um brônquio específico. O lobo superior do pulmão direito três segmentos; o lobo médio tem dois; o lobo inferior tem cinco. No pulmão esquerdo, tanto o lobo superior como o inferior tem cinco segmentos cada um, embora alguns deles não estejam distintamente separados. Os dois pulmões são separados por um espaço chamado mediastino. Importantes estruturas estão localizadas no mediastino, incluindo o coração, a aorta, as veias cavas, os vasos pulmonares, o esôfago, parte da traquéia e dos brônquios, e o timo. Depois de circular pela

vias respiratórias o ar inspirado penetra nos alvéolos pulmonares. Nos alvéolos o oxigênio atravessa as membranas alveolar e capilar, passando às hemácias e fixa-se em suas

hemoglobinas. O dióxido de carbono segue o trajeto inverso, e é expulso na expiração.

Pleuras – São dois folhetos serosos que envolvem os pulmões. Existe uma pleura visceral que recobre a superfície pulmonar e uma pleura parietal que corresponde às paredes da caixa torácica. Os folhetos estão em contato íntimo, mas existe um espaço entre eles, o espaço pleural, preenchido pelo fluido pleural. Este é secretado pela pleura, e age como lubrificante para reduzir o atrito entre as duas camadas durante os movimentos respiratórios. Facilitam o deslizamento dos pulmões sobre as paredes da caixa torácica.

Vascularização do pulmão – Existem dois circuitos com funções diferentes. As artérias pulmonares conduzem o sangue venoso desde o coração, proveniente do ventrículo direito, e acompanham os brônquios até a rede capilar dos alvéolos. As veias pulmonares recolhem o sangue oxigenado nos alvéolos e conduzem-no ao átrio esquerdo. As artérias brônquicas são os vasos nutritivos, existindo um para cada pulmão. O sangue venoso é recolhido pelas veias brônquicas que terminam na veia ázigos.

O MECANISMO DA RESPIRAÇÃO

O ar, cheio de oxigênio, penetra pelas fossas nasais (frequentemente também é aspirado pela boca), percorre a faringe, passa pela glote, atinge a laringe, flui pela traquéia em direção aos brônquios, percorre-os e penetra nos bronquíolos, já na estrutura dos pulmões.

Ao nível dos alvéolos pulmonares, em função da diferença de tensão parcial dos gases (oxigênio e dióxido de carbono), ocorrem as trocas gasosas entre o sangue (contido nos vasos que circundam os alvéolos) e o ar inspirado, que está preenchendo as cavidades alveolares. Essa troca de gases recebe o nome de hematose. O oxigênio passa do meio intra-alveolar para o sangue, enquanto o dióxido de carbono, seguindo sentido contrário, passa do sangue para o interior dos alvéolos. Os pulmões não possuem movimentos próprios. Eles se contraem ou se distendem porque são altamente elásticos e acompanham simplesmente as diminuições ou os aumentos de diâmetro da caixa torácica. As variações

de diâmetro da caixa torácica são promovidas por dois mecanismos: as contrações e distensões do diafragma e as contrações e relaxamentos dos músculos intercostais.

Quando o diafragma se contrai, ele retrai a sua cúpula, que fica mais ou menos horizontal, aumentando, assim, o diâmetro vertical da cavidade intratorácica. Quando ele se relaxa, a pressão das vísceras abdominais o empurra para cima, levando a cúpula diafragmática a comprimir os pulmões. A contração dos músculos intercostais provoca uma maior aproximação das costelas e o levantamento de todo o gradial costal. Como normalmente as costelas ficam um tanto caídas, o levantamento de todo o conjunto delas determina um aumento do diâmetro ântero-posterior da cavidade intra-torácica. Quando há o relaxamento dessa musculatura, as costelas voltam a se aproximar e inclinar para baixo. Assim, o volume intra-torácico diminui. Cada vez que a cavidade intra-torácica aumenta, ela condiciona uma espécie de “vácuo” que se faz preencher pelos pulmões. Por serem elásticos, eles se abrem como “foles”, aspirando o ar do exterior. Na realidade, o que acontece é que a pressão intra-torácica fica menor do que a pressão atmosférica. E, por isso, o ar de fora invade os pulmões. Quando o volume do interior do tórax diminui, a pressão intra-torácica fica maior do que a pressão atmosférica e, por consequência, o ar é expelido. Assim se processam a inspiração e a expiração.

Sistema Locomotor


SISTEMA LOCOMOTOR:

É um conjunto de órgãos cuja principal função é permitir ao corpo humano a realização de movimentos. Consequentemente, o ser humano pode se relacionar com os outros indivíduos de sua espécie. Outras funções do aparelho locomotor são:

- Dotar o corpo da sua configuração ou aparência exterior,

- Conferir-lhe rigidez e resistência,

- Proteger as vísceras ou órgãos internos.

Os elementos que constituem o aparelho locomotor são: os ossos, as articulações e os músculos.

Ossos:

São a estrutura rígida do aparelho locomotor. Em conjunto, constituem o sistema ósseo ou esqueleto. No corpo humano existem 208 ossos no adulto, excluindo-se os ossos supranumerários do crânio e os sesamóides.

Músculos:

Formam a parte ativa do aparelho locomotor. Estão unidos aos ossos por meio das inserções musculares. Possuem atividade própria, a contração muscular, que tem origem na resposta aos estímulos nervosos. Existem mais de 400 músculos de tamanho e potência muito variáveis. Um número tão elevado de músculos permite a realização de grande quantidade de movimentos, alguns de grande precisão como os que são realizados pela mão.

Articulações:

São os elementos mais complexos do aparelho locomotor. São estruturas parcialmente moles e parcialmente rígidas que possibilitam a união entre si, de dois ou mais ossos. Graças à existência das articulações é possível realizar o movimento dos ossos sem desgaste demasiado devido ao roçar excessivo entre eles. As articulações possuem componentes vários: ligamentos, cápsula articular, cartilagem e meniscos.

Existem articulações de diversos tipos: algumas são muito complexas, com grande variedade de movimentos, como as do ombro ou da mão. Outras são rígidas, sem nenhum movimento, como as que unem, entre si, os ossos do crânio.

Sistema Ósseo:

Esqueleto:

É constituído pelo conjunto dos ossos, que são órgãos esbranquiçados, duros e resistentes. Estão situados entre partes moles, as quais servem de apoio, e em alguns casos apresentam cavidades que alojam e protegem as vísceras. O esqueleto humano é composto sobretudo pela coluna vertebral, situada verticalmente na linha média, que sustém o crânio na sua extremidade superior. A sua extremidade inferior forma o sacro e o cóccix, que representa o rudimento da cauda dos animais. Da parte média da coluna vertebral partem lateralmente as costelas, que se articulam à frente com o esterno. O espaço delimitado por ambos é o tórax,

que aloja vísceras tão importantes como o coração e os pulmões. Por último, na parte superior do tórax e na parte inferior da coluna se encontram implantados, respectivamentee de forma simétrica, os dois pares de membros: os superiores ou torácicos e os inferiores ou pélvicos.

Crescimento do osso:

No momento do nascimento, os ossos não estão totalmente calcificados. Durante a infância e a adolescência ocorrem o crescimento do corpo, condicionado fundamentalmente pelo crescimento dos ossos. Nas extremidades dos ossos longos, existe uma zona, a cartilagem de crescimento, a partir da qual vai se formando novo tecido ósseo que determina o crescimento em comprimento dos ossos. Entre os 20 e os 25 anos, verifica-se a total ossificação da cartilagem de crescimento, quando o indivíduo para de crescer.

Este processo é regulado por fatores genéticos e hormonais. O osso não possui exclusivamente uma função de sustentação e crescimento. Durante toda a vida contribui para a regulação do metabolismo do cálcio, fundamental para o funcionamento dos músculos e do meio interno. Isto ocorre devido ao fato do osso não ser um órgão estático mas, sim por estar em constante formação e destruição. Este processo é executado pelas células formadoras de osso, os osteoblastos, e células destruidoras, os osteoclastos.

Em condições normais, deve existir um equilibrio total entre os processos de formação e destruição óssea.

Tipos de ossos:

Ossos longos:

Verifica-se o predomínio do comprimento. Existe uma parte mediana comprida, a diáfise ou corpo ósseo, e duas extremidades, as epífises. É o que acontece, por exemplo, com o fêmur e o úmero. A parte externa da epífise é formada por uma camada fina de osso compacto, e a parte interna por substância esponjosa. A diáfise encerra uma cavidade no seu interior, a cavidade medular, rodeada de tecido compacto.

Ossos planos ou largos:

Verifica-se o predomínio do comprimento e da largura. Distingue-se uma zona interior ou diploe e duas tábuas, externa e interna; por exemplo, os ossos parietal e frontal do crânio.

Ossos curtos:

Verifica-se que as três dimensões são praticamente iguais, o que lhes confere grande resistência, ainda que geralmente possuam pouca mobilidade. É o caso dos ossos do punho.

Eminências ósseas:

São as partes que sobressaem da superfície de um osso. Podem ser articulares ou não articulares, conforme façam ou não parte de uma articulação. As eminências não articulares servem para a inserção dos músculos ou ligamentos e se denominam, segundo sua forma, protuberância, tuberosidade, linhas, cristas etc. Mediante pontos de apoio e sistemas de alvanca, tornam possíveis os movimentos corporais.

Cavidades ósseas: Também podem ser articulares ou não articulares. No primeiro caso, alojam as eminências ósseas correspondentes. As cavidades não articulares alojam as partes moles, como órgãos, tendões, artérias, aos quais conferem proteção. Têm vários nomes, de acordo com sua forma: fossas, sulcos, canais etc. Os seios são cavidades repletas de ar.

Orifícios e canais ósseos:

Podem ser de transmissão ou de nutrição, se por eles passam, respectivamente, estruturas nervosas ou artérias e veias que fornecem substâncias nutritivas ao osso.

Constituição interna dos ossos:

Se realizarmos um corte num osso, podemos observar três partes perfeitamente distintas entre si:

· Periósteo – é a camada mais externa, muito vascularizada, muito vascularizada, que permite a nutrição dos ossos. Cobre toda a superfície dos ossos, exceto as zonas articulares.

· Substância óssea – à primeira vista, observando a parte interna de um osso, podem distinguir-se duas classes de tecido ósseo: o esponjoso e o compacto. Ambos fazem parte da porção dura do osso e na sua composição predomina o cálcio.

Osso esponjoso: é formado por uma rede tridimensional de espículas ou trabéculas ósseas, que delimitam um labirinto de espaços intercomunicantes, ocupados pela medula óssea.

Osso compacto: é uma massa sólida, na qual os espaços só são visíveis ao microscópio.

· Medula óssea – é uma estrutura mole que preenche as pequenas cavidades de tecido esponjoso e que nos ossos longos está contida numa cavidade central, que por isso se chama cavidade medular. Podemos distinguir a medula óssea vermelha, ativa e encarregada de fabricar as células sanguíneas (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas), e a amarela, inativa e formada quase exclusivamente por gordura.

No embrião e no recém-nascido só existe medula óssea vermelha, mas durante o crescimento uma parte dela se converte em medula amarela, de tal maneira que nos adultos existe aproximadamente metade de cada tipo. As vértebras, as costelas, o esterno, a diploe dos ossos cranianos, e frequentemente as epífises do fêmur e do úmero contém medula vermelha. Em condições normais, aproximadamente 70% da medula vermelha está ocupada por gordura, enquanto os 30% restantes são tecido mielóide, ativo e formador de células sanguíneas.

Sistema Linfático

SISTEMA LINFÁTICO

O sistema linfático consiste de: uma extensa rede de capilares e amplos vasos coletores (vasos linfáticos) que recebem o líquido tecidual do corpo e transportam para o sistema cardio-vascular; linfonodos, que servem como filtros do líquido coletado pelos vasos; e órgãos linfóides, que incluem linfonodos, tonsilas, baço e timo. O sistema linfático está intimamente relacionado anatômica e funcionalmente com o sistema cardio-vascular. O líquido que se acumula nos espaços entre as células dos tecidos conjuntivos frouxos é denominado líquido intersticial, ou líquido tecidual. Sob condições normais, uma pequena quantidade de líquido tende a deixar os capilares do sistema cardio-vascular, mais do que a eles retorna. As proteínas plasmáticas não atravessam facilmente as paredes dos capilares, todavia, como a porção líquida do sangue se desloca para os espaços inter-celulares, ela carrega uma pequena quantidade de proteínas plasmáticas. Se esse líquido (e as proteínas plasmáticas) se acumula, os tecidos incham, produzindo uma condição denominada edema. As proteínas plasmáticas são incapazes de reentrar nos capilares do sistema vascular, contudo, elas penetram nos vasos do sistema linfático. Como uma consequência, um papel do sistema linfático é o de retornar o excesso de líquido intersticial e proteínas plasmáticas para a corrente circulatória e desta forma prevenir a formação do edema.

VASOS LINFÁTICOS:

O líquido intersticial penetra no sistema linfático atravessando as paredes extremamente finas dos capilares linfáticos. Após penetrar nos vasos do sistema linfático, o líquido intersticial passa a ser denominado linfa. A linfa apresenta uma composição semelhante a do plasma sanguíneo, ela consiste principalmente de água, eletrólitos, e quantidades variáveis de proteínas plasmáticas que escaparam do sangue, através dos capilares sanguíneos. A linfa difere do sangue principalmente pela ausência de células sanguíneas.

Os capilares linfáticos são vasos em fundo cego. Portanto, o sistema linfático é um sistema de mão única, isto é, ele somente retorna o líquido intersticial para a corrente circulatória. As paredes dos capilares linfáticos, como as dos capilares sanguíneos, estão compostas de uma fina camada de endotélio. Contudo, os capilares linfáticos não apresentam a membrana basal que reveste os capilares sanguíneos. Uma outra diferença entre os capilares linfáticos e os sanguíneos, é que as bordas das células endoteliais adjacentes dos capilares linfáticos estão unidas frouxamente entre si, sobrepondo-se frequentemente. Esse arranjo forma uma válvula funcional de sentido único. A pressão do líquido intersticial fora dos capilares linfáticos empurra as margens das células endoteliais para dentro, permitindo ao líquido penetrar nos capilares. Uma vez no interior dos capilares esse líquido não pode voltar aos espaços intercelulares por causa da pressão no interior dos capilares, que força as bordas das células endoteliais a se juntarem, fechando a válvula. Os capilares linfáticos, que estão amplamente distribuídos através dos espaços intersticiais do corpo, se unem para formar vasos linfáticos progressivamente maiores. Os vasos linfáticos maiores, que são denominadosvasos coletores, correm ao lado das artérias e das veias, e atravessam um ou mais nodos linfáticos antes de se desembocarem no ducto torácico ou no ducto linfático direito, que retornam a linfa à corrente circulatória. As paredes dos vasos coletores linfáticos são similares às das veias, embora mais finas, e como as veias, apresentam válvulas que ocorrem aos pares, com suas margens livres apontando na direção do fluxo da linfa. As válvulas contribuem no movimento da linfa, prevenindo o seu refluxo.

LINFONODOS:

Os linfonodos são órgãos pequenos, arredondados ou em forma de feijão, que estão distribuídos ao longo do curso de vários vasos linfáticos. Existem grupos de linfonodos na axila, virilha e pescoço, bem como em várias regiões do corpo. Cada linfonodo está coberto por uma cápsula fibrosa. Projeções de tecido conjuntivo denominadas trabéculas partem da cápsula para o interior do linfonodo, dividindo-o em vários compartimentos. Estes compartimentos são posteriormente subdivididos por uma rede de fibras reticulares que se estendem entre as trabéculas. O linfonodo consiste de uma região externa, cortical, e uma região interna, medular. No interior do córtex existem massas de tecido linfóide denominadas centros germinativos, que servem como uma fonte de linfócitos. O tecido linfóide é um tipo modificado de tecido conjuntivo frouxo, com uma rede notável de fibras reticulares, entre as quais existem muitos linfócitos e macrófagos. As células da medula estão arranjadas em forma de cordões, denominados cordões medulares.

A linfa penetra pela face convexa do linfonodo através de vários vasos linfáticos aferentes, e é lentamente filtrada através de canais irregulares no linfonodo, denominados seios. Dos seios a linfa deixa o linfonodo através dos vasos linfáticos eferentes, que saem pela região do hilo. Existem menos vasos eferentes do que aferentes, e por este motivo ocorre uma redução na velocidade do fluxo da linfa através dos linfonodos, permitindo que eles exerçam sua função mais efetivamente. Normalmente, toda a linfa passa por vários linfonodos antes de retronam à corrente circulatória.

A linfa que circula nos linfonodos apresenta muitos microorganismos e partículas estranhas, alguns dos quais podem causar doenças, se não forem destruídos. Como a linfa é filtrada lentamente nos seios dos linfonodos, partículas estranhas como bactérias ficam presas às malhas de fibras reticulares que preenchem os seios. As partículas presas são prontamente atacadas e destruídas por células fagocíticas, denominadas macrófagos, que preenchem os seios. Além disso, entre os seios existem massas de tecido linfóide apresentando linfócitos e plasmócitos que produzem anticorpos para destruir certas substâncias estranhas conhecidos como antígenos. Infelizmente, nem todas as células que

podem determinar uma doença, como as células cancerígenas, são destruídas no interior dos linfonodos. Algumas células cancerígenas podem sobreviver e se multiplicar no interior dos

linfonodos, servindo como um local de onde elas podem se disseminar pelo corpo através do sistema cardio-vascular. Por esta razão, linfonodos intumescidos próximos a áreas cancerosas, são removidos cirurgicamente.

Os vasos coletores eferentes dos linfonodos da maioria das regiões do corpo convergem para vasos maiores denominados troncos linfáticos. Existem cinco grandes troncos linfáticos, quatro dos quais são pares: 1 – tronco intestinal (ímpar), que recebe a linfa dos órgãos abdominais; 2 – troncos lombares, que drenam os membros inferiores e alguns órgãos pélvicos; 3 – troncos subclávios, que drenam os membros superiores e parte do tórax e dorso; 4 – troncos jugulares, que drenam a cabeça e o pescoço e 5 – troncos broncomediastinais, que recebem a linfa do tórax. Os troncos linfáticos, desembocam nos ductos torácico e linfático direito.

DUCTOS LINFÁTICOS:

O ducto torácico se origina na cisterna do quilo, que é uma dilatação sacular situada anteriormente à segunda vértebra lombar. A cisterna do quilo recebe a linfa dos troncos lombares e intestinal, que drenam os membros inferiores e as vísceras da cavidade abdomino-pélvica. Como o ducto torácico atravessa o diafragma (junto com a aorta) e segue para cima penetrando na cavidade torácica anteriormente à coluna vertebral, ele recebe vasos linfáticos que drenam a metade esquerda do tórax. Atrás da veia braquiocefálica esquerda, o ducto curva-se para a esquerda e recebe os ductos subclávio e jugular que drenam o membro superior esquerdo e a metade esquerda da cabeça e do pescoço, respectivamente, antes de desembocar na veia subclávia esquerda, próximo à sua junção com a veia jugular interna.

Como se pode observar, o ducto torácico recolhe a linfa para a corrente circulatória, de todo o corpo, exceto do membro superior direito, e metade direita da cabeça, pescoço e tórax. A linfa dessas regiões é recolhida à veia subclávia direita através do ducto linfático direito. Esse ducto é um pequeno vaso formado pela união dos tronco subclávio, jugular e broncomediastinal direitos, que drenam a linfa dessas regiões. Os dois ductos linfáticos desta maneira, recolhem toda a linfa que foi coletada e filtrada através do sistema linfático, e a lança na corrente sanguínea, de onde ela recomeçará o seu circuito como plasma sanguíneo.

MECANISMO DO FLUXO DA LINFA:

A linfa circula vagarosamente; aproximadamente 03 litros de linfa penetram no sistema cardiovascular em 24 horas. Esse fluxo é lento porque, ao contrário do sistema cardiovascular, o sistema linfático não possui uma bomba como o coração para mover o seu

conteúdo. O fluxo linfático depende de forças discretas, como as produzidas por contração dos músculos esqueléticos, que aplicam pressões nas paredes dos vasos linfáticos e os comprimem. Essa ação impulsiona a linfa ao longo dos vasos. De forma similar, a pulsação das artérias próximas aos vasos pode comprimí-los e mover a linfa em seu interior. Soma-se a esses fatores, a distenção provocada pela linfa em um segmento do vaso linfático, que

pode se contrair levemente e desta forma impelir a linfa ao longo dos vasos. As válvulas no interior dos vasos linfáticos contribuem efetivamente para essas atividades, determinando um sentido único para a linfa circular, em direção à corrente sanguínea.

FUNÇÕES DO SISTEMA LINFÁTICO:

O sistema linfático possui várias funções importantes. Elas foram mencionadas anteriormente e são resumidas a seguir. As funções do sistema linfático incluem a destruição de bactérias, remoção de partículas estranhas, respostas imunes específicas e retorno de líquido intersticial à corrente sanguínea.

Destruição de bactérias e remoção de partículas estranhas da linfa:

Bactérias e substâncias estranhas são removidas da linfa através dos fagócitos – principalmente macrófagos – que estão presentes nos linfonodos. Durante uma infecção, a velocidade de formação dos macrófagos no interior dos linfonodos é tão grande, que eles aumentam de tamanho e tornam-se sensíveis.

Respostas imunes específicas:

Como resposta à presença de bactérias ou substâncias estranhas, os linfócitos e as células plasmáticas participam de respostas imunes específicas, tais como a produção de anti-corpos que destroem as substâncias invasoras.

Retorno do líquido intersticial para a corrente sanguínea:

Como mencionado anteriormente, o edema poderia ocorrer se um excesso de líquido intersticial se acumulasse nos espaços intercelulares. Além disso, o volume sanguíneo poderia ser reduzido, uma vez que ele é a fonte principal do líquido intersticial. Uma possibilidade de grande importância é a pequena quantidade de proteínas que os capilares sanguíneos perdem para o líquido intersticial mas que normalmente retornam para o sangue através do sistema linfático. Se essas proteínas permanecessem nos espaços intercelulares, elas aumentariam a pressão osmótica do líquido intersticial e desta forma alterariam as trocas entre o sangue, líquido intersticial e a linfa.

ÓRGÃOS LINFÓIDES:

Além dos linfonodos, existem vários órgãos linfóides. Esses incluem o baço, o timo e as tonsilas. Tais órgãos, que não possuem associação direta com os vasos do sistema linfático ou com a linfa, são parte integrante do sistema imune do corpo.

Baço:

O baço é o maior órgão linfóide. Ele situa-se na região hipocondríaca esquerda, entre o fundo do estômago e o diafragma. A face diafragmática do baço é lisa e convexa, acompanhando o contorno da face inferior do diafragma, com a qual estabelece contato. A face visceral está dividida em faces gástrica, renal e cólica, em conformidade com os órgãos adjacentes. Os vasos sanguíneos entram e saem do baço através de uma região da face visceral denominada hilo esplênico. Como os linfonodos, o baço é envolvido por uma cápsula fibrosa resistente com trabéculas que se projetam para o interior do órgão e o dividem em compartimentos. Todavia, células musculares lisas estão presentes na cápsula e nas trabéculas do baço. Dois tipos de tecido são distinguidos no interior dos compartimentos do baço: a polpa vermelha e a polpa branca. A polpa vermelha é mais abundante, e consiste de seios venosos ramificados separados entre si por colunas de tecido

esplênico denominadas cordões medulares. Como outros tecidos linfóides, a polpa vermelha possui linfócitos e macrófagos, mas também apresenta células sanguíneas vermelhas, que lhe fornece a cor característica. Espalhadas pela polpa vermelha estão as massas de polpa branca, cada uma circundando uma arteríola. A polpa branca não apresenta glóbulos vermelhos, ela é tecido linfóide e portanto possui grande quantidade de linfócitos.

O baço atua como um filtro para a corrente sanguínea, muito mais que os linfonodos para a corrente linfática. Como outros órgãos linfóides, o baço produz linfócitos e plasmócitos, que produzem anticorpos contra antígenos invasores. Essas atividades são desenvolvidas principalmente na polpa branca. Além disso, os macrófagos da polpa branca fagocitam glóbulos vermelhos velhos, bem como bactérias e partículas estranhas.

Timo:

O timo é uma massa de tecido linfóide lozalizada abaixo do esterno, na região do mediastino anterior. Ele aumenta de tamanho durante a infância, quando então começa a atrofiar lentamente, diminuindo após a puberdade. No adulto, ele pode ser inteiramente substituído por tecido adiposo. O timo é recoberto por uma cápsula de tecido conjuntivo que o subdivide em pequenos lóbulos. Cada lóbulo constitui uma camada externa, a córtex, e uma camada interna, a medula. A córtex está constituída de linfócitos densamente acumulados. A medula também apresenta linfócitos, e grupos celulares organizados, denominados corpúsculos tímicos. O timo confere a determinados linfócitos a capacidade de se diferenciarem e maturarem em células que podem efetuar o processo de imunidade mediada por células. Há certas evidências de que o timo também produz um hormônio que pode continuar a influenciar os linfócitos após eles terem deixado a glândula.

Tonsilas:

As tonsilas são massas pequenas de tecido linfóide incluídas da mucosa de revestimento das cavidades bucal e faríngea. As tonsilas palatinas (amígdalas) estão localizadas na parede póstero-lateral da garganta, uma em cada lado. Essas são as tonsilas que se tornam aumentadas quando se sente a garganta irritada. As tonsilas faríngeas se localizam na parede posterior da parte nasal da faringe. Apresentam seu maior desenvolvimento durante a infância, e quando aumentadas são denominadas adenóides. Na face dorsal da língua, próxima a sua base, há um grupo de tonsilas linguais. Compostas por tecido linfóide e circundado a união das vias bucal e nasal, as tonsilas atuam como uma defesa adicional contra invasão bacteriana.